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Amaerj lança Prêmio em homenagem a Patrícia Acioli.
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 15/08/2012 12:29

A Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) lançou na última sexta-feira, dia 10, o 1º Prêmio Patrícia Acioli de Direitos Humanos em homenagem a Juíza da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, assassinada em agosto do ano passado. Aberto a todo país, o Prêmio contará com duas categorias: Monografia e Práticas Humanistas. O vencedor de cada categoria ganhará uma passagem aérea, ida e volta, para Milão, na Itália.

Segundo o Presidente da Amaerj, Des. Cláudio Dell’Orto, o objetivo é vincular o nome da Juíza à questão da segurança dos magistrados no Estado e mostrar ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJERJ) a necessidade de um trabalho preventivo. Além disso, marcar a memória da Patrícia Acioli com a ideia de que ela sempre foi uma defensora dos Direitos Humanos. “Desde antes de atuar na magistratura, ela sempre se preocupou com a dignidade da pessoa humana e em fazer uma justiça melhor", ressaltou o Desembargador Dell’Orto.

Para Luis Felipe Salomão, Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o crime contra o mediador é um atentado contra os fundamentos da democracia. “Os tiros contra Patrícia não são tiros só contra ela, são tiros contra cada um de nós, que também fomos atingidos. Além de tudo, um pedaço da democracia do país foi atingida", afirmou o Ministro. 

Além do Presidente da Amaerj e do Ministro do Superior Tribunal de Justiça, também estiveram presentes a Diretora-Geral da EMERJ, Desembargadora Leila Mariano, o representante da AMB, Desembargador Fábio Dutra, o representante da OAB no Conselho Penitenciário do Rio de Janeiro, Advogado Mário Miranda Neto, o Desembargador Luiz Felipe Francisco, a Juíza Denise Appolinária e, representando a família da Juíza Patrícia Lourival Acioli, o Chefe de Gabinete da Corregedoria Geral da Justiça, Geraldo Aymoré Júnior, seu primo.

A família fica muito honrada com esse Prêmio da Amaerj, ele tem tudo a ver com a Patrícia pelo seu jeito de ser e a forma como ela desempenhava os seus trabalhos”, disse Geraldo Aymoré Júnior. O Chefe de Gabinete também compartilhou duas histórias sobre a vida de Patrícia: “Eu tenho dois testemunhos a fazer sobre a Patrícia, um relacionado ao seu lado voltado aos direitos humanos e outro como mulher. Uma senhora que teve 95% do corpo queimado pelo ex-marido, um homem notoriamente mau e de disposição severa de São Gonçalo, fez questão de ir ao velório da Patrícia, porque ela, em trabalho conjunto com o promotor, decretou a prisão cautelar desse homem, hoje ele está preso, e isso salvou a vida dessa senhora que fez questão de dar um último adeus a Patrícia. Isso mostra a sensibilidade e a coragem dela como magistrada. Sua coragem como magistrada, todo mundo já conhece, no entanto, eu também posso dar outro testemunho da Patrícia como mãe. Em suas duas gestações, ela passou os nove meses deitada com o útero costurado porque já tinha tido abortos espontâneos em outras tentativas de ter filho. Na gravidez da filha mais nova, perdeu líquido, tendo que ficar vários meses na mesma posição deitada, chegando a ter escara, dada sua obstinação de ser mãe. Esses testemunhos retratam a Patrícia magistrada, mãe e mulher”, encerrou Geraldo Aymoré, comovendo o público presente.

O regulamento para participar do Prêmio está no site da Amaerj. “A premiação vai incentivar as pessoas a pensar os direitos humanos sobre as mais diversas vertentes”, disse a Desembargadora Leila Mariano.

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