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Como manter o equilíbrio emocional durante a quarentena
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 28/03/2020 10:18

Solidariedade é a palavra-chave para Lindomar Expedito Silva Darós, psicólogo da Vara da Infância e da Juventude e Idoso de São Gonçalo, especialmente, diz ele, em tempos de Covid-19, quando pode ser uma  importante aliada da população nesse momento de isolamento social como medida prevenção contra  a doença.

- A experiência de isolamento nos ajuda a repensar novos hábitos, onde aprenderemos a desenvolver uma solidariedade genuína, voltada para o cuidado com o outro. Vejo esse momento como crucial para que a humanidade reveja suas escolhas – avalia o servidor do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

A ordem é ficar em casa! Tarefa difícil para quem nunca passou por uma experiência de pandemia. Quando os sentimentos se assemelham com a insegurança em relação ao presente e ao futuro vem a oportunidade de união e ofertas de carinho.

Para quem não pode sair de casa neste momento como,  principalmente, os idosos, a compaixão é bem-vinda. E criar meios de aproximação é uma saída para unir os que estão separados geograficamente.

- Minha mãe mora distante, no Espírito Santo, e nos falamos com mais frequência nesse período de confinamento através de chamadas de vídeo pelo WhatsApp. Já o meu companheiro tem mais dificuldade de se comunicar com os pais que moram em Niterói em função da limitação deles com o uso da tecnologia. Precisamos respeitar os limites de cada um – reforçou o psicólogo.

Lindomar considera que o ócio gera angústia em quem não pode colocar os pés fora de casa. Acrescenta que o medo da proporção da pandemia é capaz de gerar sintomas diversos, incluindo a depressão. Conselhos como aproveitar o tempo para leitura, assistir filmes, programas, fazer exercícios físicos e meditar, além de colocar em prática aquele projeto antes adiado, são importantes, mas o acesso às informações que circulam sobre o Covid-19 de fontes seguras é fundamental.  

- É importante nos mantermos informados, mas precisamos estabelecer alguns filtros. Seria importante não ficarmos focados apenas nesta multiplicidade de informações, por vezes distorcidas. Escolher veículos de informação confiáveis é um bom parâmetro – recomenda o profissional.

A juíza Mafalda Lucchese, diretora do 4° Núcleo Regional (de Duque de Caxias que abrange onze comarcas da Baixada Fluminense) dá o exemplo de como tirar proveito da quarentena. Ela, além de ter asma, é hipertensa. Mora com a mãe e tem  irmãos que vivem na Itália, onde as notícias, no momento, não são nada animadoras. A magistrada ressalta, no entanto, que os familiares têm demonstrado serenidade, transmitindo tranquilidade.  E é nesse clima que vem ocorrendo a convivência com a mãe.

- Ela sempre foi dedicada aos afazeres domésticos e gosta de cozinhar. Como um dos meus irmãos mora no mesmo prédio, nós a estimulamos a fazer umas guloseimas, não só para nós, como para os vizinhos. Engordaremos todos juntos! Mas como entregar os quitutes sem contato? Temos uma cesta, com uma corda de nylon grossa, e aí colocamos o prato embalado, entramos em contato por telefone, descemos a cesta pela janela ou varanda e, rapidinho, correm para ver quem chega primeiro. É um momento de alegria: minha mãe fica feliz com a alegria deles e eles com as delícias que vêm do céu... – diverte-se a juíza.

Para ela, é importante ter em mente, e passar para quem se ama, que essa fase vai passar. Por isso, a missão é ocupar os mais velhos: crochê, tricô, paciência, leitura, palavras cruzadas, arrumação de armários, são, por exemplo,  boas atividades. A magistrada sugere ainda escrever as histórias divertidas vividas em família, com amigos ou em qualquer situação para, quando tudo passar, juntar a família para contá-las durante um almoço com todos reunidos. E o essencial: nada de lembranças tristes.

 - Quando a minha cestinha desce, bem ao estilo que se vê nos filmes italianos antigos, sei que ela vai subir carregada também de muito amor, com certeza. Tal qual a cestinha, é a vida. Com altos e baixos, mas sempre repleta de coisas boas, essas que devem ser valorizadas, com otimismo! 

SV/FS