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Estímulo à amamentação: nova sala para extração de leite materno é inaugurada no Fórum Central 
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 23/11/2023 16:25

Voltar a trabalhar após a licença-maternidade não deve ser um motivo para parar de amamentar o bebê.  Para auxiliar suas servidoras e colaboradoras a continuarem amamentando seus filhos após este retorno, o Tribunal de Justiça do Rio inaugurou nesta quarta-feira (22/11), no Fórum Central, a Sala de Apoio à Amamentação da Mulher que Trabalha, um espaço adequado para a extração e armazenamento de leite materno. No local, que pode ser utilizado ainda por lactantes em geral que frequentem o fórum, o leite também pode ser doado, sendo encaminhado para bebês internados em UTIs neonatais.  

O presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, compareceu à inauguração do local, conversou com lactantes presentes e destacou a importância do espaço para o estímulo à amamentação. “Facilita a vida das nossas servidoras, das mulheres que frequentam nossa casa. A gente já tinha pensado nisso e estamos implantando agora. Assim, também valorizando a primeira infância”, enfatizou o magistrado.  

Mães de “primeira viagem”, as recepcionistas Ariadny Cruz, de 36 anos, moradora da Ilha do Governador, e Karla Rodrigues, de 26 anos, que mora em Marechal Hermes, permanecem amamentando suas filhas, Lívia, de 1 ano e 8 meses, e Isadora, de 8 meses, após o retorno ao trabalho. Porém, encontravam dificuldade em fazer a extração de leite durante o expediente e levar o recipiente para casa em condições adequadas.  

“Assim que voltei da licença-maternidade, não tinha onde tirar leite. Eu tirava bastante e procurava banheiros em que pudesse ligar minha bomba elétrica na tomada. Quando fiquei sabendo que teria esse espaço, achei excelente porque realmente é algo de que a gente precisa. É maravilhoso, ótimo de se usar, confortável. Eu tinha medo de tirar o leite e acabar estragando no caminho, joguei muito leite fora porque não tinha onde armazenar. Hoje, sabendo que posso tirar aqui e, se não levar para casa, posso deixar para doar para alguma criança que precise é maravilhoso. É muito gratificante para mim, como mãe, ver que minha filha tem uma saúde melhor por causa da amamentação. A gente percebe que a criança que está sendo amamentada de livre demanda no leite materno tem um desenvolvimento e uma saúde melhores”, afirmou Ariadny.  

Karla concorda que, com o novo espaço, fica mais fácil prolongar o tempo de amamentação. “Acho que é um lugar que acolhe a gente porque não tinha um espaço certo, confortável. Assim, conseguimos tirar a quantidade de leite para levar ou para doar. É um adianto para a maioria das mulheres que estão amamentando, para o leite não ficar vazando e para conseguirmos alimentar nossas crianças. A amamentação é essencial na vida de um bebê, é importante manter essa conexão muito grande que a gente tem e os nutrientes. É algo que vai fazer bem para eles até no futuro. Toda mãe deve amamentar, passar por esse processo, difícil e bom ao mesmo tempo, que é amamentar. Hoje sei que tem este espaço e posso informar para outras mulheres também”, afirmou. 

                                                                       Presidente acompanhado das lactantes e da responsável pelo atendimento no local

A enfermeira obstetra Abilene Gouvea, coordenadora do banco de leite perinatal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e representante da rede do banco de leite do Rio de Janeiro, orientou o Tribunal de Justiça na criação da sala para o adequado atendimento das necessidades das lactantes, que receberão um kit para a extração do leite materno.  

“Esse espaço vai oferecer privacidade para elas, para que possam tirar o leite, ter um local para armazená-lo, potes para armazenamento e um freezer onde possam guardar. No final do dia, receberão orientação de como fazer este transporte de leite com segurança até em casa. Qualquer usuária que venha aqui vai receber orientação.  O leite também pode ser deixado para doação, passará por um processamento e será ofertado a uma criança na UTI neonatal. E a amamentação é sustentável, evita gerar resíduo e também é econômica e não há outro alimento tão bom para o bebê. As mulheres precisam saber que elas podem continuar amamentando, não precisam usar uma fórmula infantil porque vão voltar ao trabalho. O principal ponto do desmame acaba sendo este retorno”, disse, destacando ainda que a amamentação do bebê pode ser realizada em qualquer local, mas que, para tirar o leite, há uma necessidade maior de privacidade e estrutura.  

A iniciativa faz parte do projeto Amamentação Sustentável, da Secretaria-Geral de Sustentabilidade E Responsabilidade Social (SGSUS), que busca dar condições adequadas de higiene, privacidade, conforto e armazenamento do leite para lactantes durante o período do expediente de trabalho, ampliando o período de amamentação e gerando os comprovados benefícios para a saúde dos bebês e das mães. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade e que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, permaneçam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade. 

Estiveram presentes também na inauguração a juíza auxiliar da Presidência Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, a juíza Rachel Chrispino, o secretário-geral da SGSUS, Antonio Ligiero, entre outros.  

Palestra para orientação 

Nesta sexta-feira (24/11), a partir das 15h, será realizada a palestra Amamentação Sustentável, com a enfermeira obstetra Abilene Gouvea, pela plataforma Teams. O evento contará como horas de capacitação para a Escola de Administração Judiciária (Esaj).  

Fotos: Brunno Dantas/TJRJ

SP/MB