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Prêmio Esperança Garcia homenageia jornalista Flávia Oliveira, frei David Santos e professora Cristine Takuá
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 22/11/2023 21:42

 

                                                              Os agraciados com o Prêmio Esperança Garcia , ao centro, posam com os integrantes da mesa da cerimônia

 

Ao som de Jorge Ben Jor, Sandra Sá e Clara Nunes, o Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais promoveu a 3ª edição do Prêmio Esperança Garcia na terça-feira (21/11), no Auditório Desembargador Paulo Roberto Leite Ventura, na Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj). A premiação tem o objetivo de prestigiar personalidades representativas no resgate, na preservação e na integração sociocultural do povo negro brasileiro e de outros povos vulneráveis e relevantes na história do Brasil, como indígenas e ciganos.

A mesa foi composta pelo vice-presidente do Conselho Consultivo da Emerj, desembargador Cláudio Dell’Orto; pelo presidente do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais, o juiz de direito André Nicolitt; pela vice-presidente do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais e coordenadora do Fórum de Gênero e Raça da Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, promotora Roberta Ribeiro, e pela procuradora Elisiane Santos, membro do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais. Os homenageados deste ano foram o frei David Santos, a jornalista Flávia Oliveira e a professora Cristine Takuá.

“Esse prêmio é um reconhecimento das nossas lutas”

A filósofa da rede estadual de ensino Cristine Takuá foi a primeira premiada da tarde. Pertencente à etnia maxacali, ela fundou diversas organizações voltadas para a defesa da causa indígena no estado de São Paulo. Apesar de não ter conseguido estar presencialmente, ela participou do evento de forma virtual e o troféu foi recebido por sua representante, Juliana Sanches.

“É com muita alegria que eu recebo esse prêmio porque é um reconhecimento das nossas lutas, das nossas semeaduras. É nessa caminhada que venho dedicando a minha vida, a pulsar escolas vivas e promover o reconhecimento de direitos, não só dos povos indígenas, mas de todos os seres que convivem nessa morada sagrada que é a terra, para que possamos viver em paz, equilíbrio e respeito”, declarou.

“O jornalismo existe para transformar a realidade”

Jornalista desde 1992, Flávia Oliveira é uma das expoentes do jornalismo negro da televisão brasileira. Ao receber o troféu das mãos da promotora Roberta Ribeiro, ela enfatizou o papel da imprensa na busca por uma sociedade mais igualitária e justa e se emocionou com o reconhecimento do seu trabalho.

“Ter um trabalho jornalístico, muito orientado ao debate sobre desigualdades raciais, direitos humanos e economia mais popular e acessível ao povo, reconhecido por uma casa que representa o Judiciário, como a Escola da Magistratura, tem um sabor. O jornalismo existe para transformar a realidade. Quando a gente pensa no jornalismo como um quarto poder é salientado que a gente tem um papel relevante no fortalecimento da democracia e, portanto, na construção de debates e trocas de ideias ", pontuou.

“Um novo patamar para o movimento negro”

Ao receber o prêmio do desembargador Cláudio Dell’Orto, o diretor executivo da Educafro, frei David Santos, afirmou que a homenagem é extremamente importante para o movimento negro no Brasil e relembrou a história de Esperança Garcia, primeira mulher negra escravizada que fez uma carta ao governador do Piauí denunciando maus-tratos e solicitando o resgate de um grupo de escravizados.

“Esse troféu Esperança Garcia destaca muito mais que um conjunto da comunidade negra porque Esperança Garcia foi marginalizada durante séculos. E, agora, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Piauí, dando a ela o título de advogada, deu um novo patamar para ela e todo o povo negro. Ela não foi formada nas universidades mais prestigiadas do país, mas foi extremamente importante no Direito brasileiro”, destacou.

Ao final do encontro, a OAB de São Gonçalo, por intermédio do advogado Relimar Santana, entregou uma placa, prestigiando o trabalho do juiz de Direito André Nicolitt.

KB*/MB

Fotos de Brunno Dantas

*Estagiária sob supervisão de MB