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Boas práticas e iniciativas de empatia são exaltadas por palestrantes em evento sobre inclusão no mercado de trabalho
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 31/05/2023 19:29

O Museu da Justiça recebeu nesta quarta-feira (31/05) a conferência "Além dos muros - a inclusão dos invisíveis no mercado de trabalho". O evento foi idealizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) em parceria com o Instituto Rede Incluir.

Na mesa de abertura, a desembargadora do Tribunal Regional do Trabalho Alba Valéria Guedes destacou que é necessário superar uma ideia egoísta de sociedade, incentivando que as pessoas tenham empatia para repensar e compreender a vivência dos outros. 

"Nós precisamos de medidas práticas e reais para que a acessibilidade se torne um direito eficaz. Deficiência não é incapacidade, e as pessoas com deficiência só poderão apresentar suas virtudes se tiverem oportunidades em ambientes inclusivos", defendeu a magistrada. 

Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro, João Berthier afirmou que é limitada e excludente a concepção de acreditar que todos têm as mesmas oportunidades, sonhos e idealizações compartilhados por um segmento social majoritário. De acordo com Berthier, é preciso incentivar um conceito amplo, que respeite as diferenças e entenda e supere as desigualdades.

"O Brasil é um país desigual, o mercado por si só também vai ser excludente e injusto. O Estado e a sociedade têm de lutar pelos direitos das pessoas vulneráveis e a partir dessa articulação melhorar o cenário do mercado", disse.

A mesma visão é compartilhada por Aline Forasteiro, subsecretária estadual de Direitos Humanos. Dando exemplos do cotidiano do trabalho em sua pasta, ela ressaltou a importância de dialogar com as secretarias de Saúde e Educação para elaborar iniciativas que facilitem a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. 

Alex Bolsas, superintendente Regional do Trabalho, ressaltou a presença de representantes de todos os Poderes na conferência. Ele agradeceu ao Poder Judiciário fluminense pela oportunidade de debater o tema, uma prova do compromisso da instituição com a causa.

"O Tribunal de Justiça e o Tribunal do Trabalho lutam pelos vulneráveis há muito tempo, é uma causa antiga e respeitada pelas instituições. E o papel de todos os órgãos e instituições públicos é trazer a sociedade para o debate e para as práticas, pois esse é o caminho para aplicarmos de fato as mudanças que defendemos", afirmou o palestrante. 

Também participaram da abertura o presidente da Rede Incluir, Antoniel Bastos, e o secretário municipal de Trabalho e Renda, Everton Gomes. Para os dois integrantes da mesa, é preciso estudar com carinho o tema para criar políticas inclusivas adequadas, adaptando espaços e vagas para receber, além do discurso, essas pessoas na prática. 

Em sua palestra "A visão dos líderes inclusivos para o século XXI", que abriu o circuito de apresentações, o advogado Nélio Gergini recordou de seu trabalho como estagiário no Tribunal de Justiça há mais de duas décadas para evidenciar como o TJRJ e os outros órgãos evoluíram, sendo mais receptivos e empáticos com as minorias. Homossexual, Gergini disse que não adianta apenas querer receber as pessoas vulneráveis, mas é preciso se preparar para isso.

"Não temos de forçar os espaços, os espaços que precisam entender e se disponibilizar. O conceito da Justiça multiportas é exemplar, pois chama as pessoas para o diálogo, para entender suas culturas e suas formações para criar um ambiente saudável e respeitoso", destacou. 

O evento também teve as palestras do reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar, sobre ‘A transformação do bem na inclusão dos vulneráveis no mercado de trabalho’. A palestra da subsecretária da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Flávia Cortinovis, abordou o tema ‘Como a diversidade no ambiente de trabalho impacta os colaboradores’. O coordenador de Diversidade do Viva Rio, Renato Freitas, apresentou ‘Abraçando a diversidade: projeto Viva Rio eficiente na inclusão de todos’. E a juíza federal e presidente da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, Claudia Valeria Bastos Fernandes Marques, palestrou sobre o ‘O cenário dos invisíveis no mercado de trabalho’.   

JGP/FS

Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ