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TJRJ faz parceria com empresas para contratação de jovens de Varas da Infância e Juventude
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 26/03/2019 20:24

                                               Da esquerda para a direita: juíza Vanessa Cavalieri, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, a desembargadora Renata Cotta e a juíza Glória Heloiza

 

A sociedade precisa ser inclusiva, afetuosa e solidária. Esse foi o pensamento que levou juízes de Varas de Infância e Juventude e desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro a buscar uma parceria com empresários fluminenses para que concedam uma oportunidade profissional a jovens em situação de vulnerabilidade. Todos têm a ganhar com a iniciativa: de um lado, um futuro se abre para adolescentes que ficam longe de ganhos fáceis oferecidos por caminhos ilegais; por outro, os empresários cumprem a cota do Programa Jovem Aprendiz e, melhor ainda, fazem seu papel social.

- Esses jovens não conhecem o outro lado, não tiveram oportunidade - ressaltou a juíza Glória Heloiza, da 2ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, que convidou os empresários a se aliarem ao Judiciário “no desenvolvimento do bem”.

Segundo a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e da Juventude da Capital – onde são julgados os jovens que cometem infrações -, grande parte dos furtos e roubos tem por objetivo a aquisição de patrimônio, como tênis e roupas de determinadas marcas famosas. A magistrada afirmou que, atualmente, cerca de 4 mil jovens acolhidos estão à espera de uma oportunidade.

- Somos em torno de 8 milhões de habitantes no Rio. Não é possível que não consigamos salvar esses meninos - disse.

A magistrada explicou que boa parte dos adolescentes comete infrações por estar devendo a um traficante e acreditar ser essa a forma mais rápida de resolver o problema:

- Hoje, estamos demolindo muros e construindo pontes. Somos todos parte do problema e também da solução. Agindo agora, daqui a dez anos podemos ter uma realidade diferente.

A iniciativa é da Comissão de Articulação de Programas Sociais (Coaps), criada em fevereiro passado para promover e articular políticas sociais norteadas em ações e atitudes humanizadoras e inovadoras de direitos sociais, incentivando as boas práticas.

Participaram do encontro representantes das empresas Supermercado Vianense, A Nossa Drogaria, Chinezinho, AMX Consultoria e Assessoria Empresarial, Benassi Rio e construtora Calçada. A iniciativa conta com a parceria do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Também participaram da reunião a desembargadora Renata Machado Cotta; o desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo; o juiz da Vara da Infância e da Juventude Pedro Henrique Alves; a juíza da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso de São Gonçalo, Claudia Monteiro; e a diretora do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), Rosilea di Masi Palheiro, entre outros.

Como resultado imediato do encontro, adolescentes foram encaminhados para contratação imediata. Os empresários interessados em participar podem entrar em contato com o Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade pelo e-mail deape@tjrj.jus.br.

A Lei nº 10.097/2000, que estabelece as normas para contratação de jovens aprendizes, diz que empresas de médio e grande porte devem contratar adolescentes de 14 a 24 anos para aprenderem um ofício. O contrato de trabalho pode durar até dois anos e, nesse período, o jovem é capacitado combinando formação teórica e prática. Assim, tem a oportunidade de ter o primeiro emprego e desenvolver competências para o mercado de trabalho, enquanto os empresários contribuem para a formação de futuros profissionais e uma efetiva mudança social.

 

Fotos: Brunno Dantas/TJRJ