Primeira audiência do caso de chinês acusado de matar jovem na Pavuna é realizada nesta quarta
A juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, realizou, na tarde desta quarta-feira, 12 de novembro, a primeira audiência de instrução e julgamento do processo que apura a morte de Marcelle Julia Araújo da Silva, de 18 anos. O acusado pelo crime é o comerciante chinês Zhaohu Qiu, de 35 anos. O corpo da jovem foi encontrado em junho deste ano, dentro de uma casa na Pavuna, Zona Norte do Rio.
A primeira testemunha a prestar depoimento foi a mãe de Marcelle, Adriana Rabelo. Ela disse que o réu frequentava a casa da família, como amigo, há cerca de cinco anos, e negou que ele e a filha tivessem um relacionamento amoroso. Adriana contou que, ao perceber o sumiço de Marcelle, procurou as câmeras de segurança da rua. As imagens mostraram a jovem entrando na casa do suspeito e, posteriormente, ele saindo da residência sozinho, com um carrinho de mão coberto por uma lona.
A segunda testemunha, amiga de Marcelle, contou que encontrou o corpo da jovem com a ajuda da ex-namorada de Zhaohu Qiu. Marcelle estava enrolada em uma lona, na laje de um imóvel que também pertencia ao chinês. No local, havia dois cachorros da raça pit bull, que devoraram parcialmente o corpo.
A tia-avó da vítima, Claudia de Araújo, terceira testemunha ouvida, relatou que com o auxílio de imagens de câmeras de segurança, foi possível identificar a sobrinha-neta entrando na residência de Zhaohu na madrugada do dia 12 de junho. A testemunha também foi a responsável por reconhecer o corpo da vítima. Segundo seu depoimento, os cães do acusado teriam desfigurado o corpo de Marcelle, mas, ainda assim, foi possível confirmar que se tratava da jovem de 18 anos.
Outra amiga de Marcelle, que também mantinha proximidade com Zhaohu, relatou que o réu demonstrava interesse amoroso pela jovem, mas que ela o via apenas como amigo. A testemunha contou ter sido convidada para acompanhar Marcelle na noite do crime, mas desistiu de ir devido ao frio. Segundo ela, as visitas à casa de Zhaohu eram relativamente frequentes. No dia em que as amigas e familiares iniciaram as buscas por Marcelle, elas encontraram o homem que residia na mesma casa que o acusado, mas que mantinha pouca interação com o grupo por não falar português com fluência. Ainda de acordo com a testemunha, com o auxílio de um tradutor no celular, o homem lhe relatou ter ouvido gritos na noite do crime.
A última amiga ouvida afirmou que Zhaohu chegou a atender o telefone em uma das tentativas de contato, informando que Marcelle havia recebido uma ligação durante a noite e saído de casa. A testemunha relatou ainda que apenas uma das amigas entrou no outro imóvel de propriedade do réu, onde o corpo da vítima foi encontrado e viviam os cães da raça pit bull.
Com o auxílio de uma tradutora, o cidadão chinês que morava e dividia o imóvel com Zhahou relatou que conhecia o réu havia apenas cinco meses e que, na noite dos acontecimentos, ouviu gritos e barulhos altos, como se uma mulher estivesse gritando ou sendo sufocada. No dia seguinte, percebeu que uma cortina azul, que ficava no quarto do réu, e o carrinho de mão que usava para trabalhar haviam desaparecido.
O último a testemunhar, o perito legista da Polícia Civil Cláudio Amorim Simões informou ter realizado todos os exames solicitados, mas explicou que não foi possível determinar a causa da morte devido à ausência do resultado dos exames toxicológicos.
As mutilações provocadas pelos cães dificultaram a identificação da causa exata, mas, segundo ele, há alta probabilidade de que o óbito tenha ocorrido por asfixia. O exame para verificar possível crime sexual apresentou resultado negativo.
MG/VS/IA