Especialistas debatem transformações das religiosidades no século XXI
Professores André Chevitarese, Márcio De Jagun, Yvonne Maggie e o chefe de serviço educativo do CCPJ, Wanderlei Barreiro Lemos
“Os humanos vivem em sociedade e criam deuses, valores e representações que os unem. Pode-se dizer, portanto, que a religião é a própria sociedade. A evolução da fé no Brasil segue em constantes mudanças”. Com essa reflexão, a integrante titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) Yvonne Maggie abriu a mais recente edição do Observatório em Diálogo, intitulada “Religiosidades do Século XXI”.
O encontro, promovido pelo Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa, do Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (CCPJ), reuniu especialistas para discutir as novas formas de vivência da fé na contemporaneidade. O evento aconteceu na última segunda-feira, 13 de outubro, na Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro.
Além da professora, participaram da conversa o membro titular da cadeira 41 da Academia Pan-Americana de Letras e Artes (APALA), Márcio De Jagun, e o professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) André Chevitarese.
Márcio De Jagun destacou a importância do espaço para debater o fortalecimento e presença ainda maior das religiões em locais de poder. De acordo com ele, algumas religiões têm “grande força e popularidade, mas não necessariamente precisam se transformar na religião do Estado”.
“É preciso observar o quanto juridicamente precisamos debater esse tema. Não por acaso, felicito novamente os organizadores do evento por trazer esse tipo de pauta em um ambiente como este. É muito relevante discutir esses temas em espaços de poder, em espaços decisórios”, afirmou.
O professor André Chevitarese abordou a presença e o crescimento histórico de religiões específicas em cada país. “Religião não está no nosso DNA; ela faz parte da cultura. É algo que aprendemos a ser. Estudamos e buscamos culturalmente ter uma religião ou seguir alguma prática religiosa. No Brasil, por exemplo, é mais fácil alguém ser católico do que muçulmano”, concluiu.
VS/ SF
Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ