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Cinemagister debate comunicação não-violenta com base no filme “O diabo veste Prada” 
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 02/09/2025 15:57

Da esquerda para direita: Professora e pesquisadora Rafaela Selem e presidente do Nupemec e do conselho da Escola de Mediação (Emedi), desembargador Cesar Cury, debatem liderança e práticas de comunicação não-violenta a partir de cenas do filme "O diabo veste Prada”

Professora e pesquisadora Rafaela Selem e presidente do Nupemec e do conselho da Escola de Mediação (Emedi), desembargador Cesar Cury, debatem liderança e práticas de comunicação não-violenta a partir de cenas do filme "O diabo veste Prada”

O filme “O diabo veste Prada” foi um sucesso de bilheteria em 2006 e se consolidou como um clássico dos cinemas. O longa serviu como ponto de partida para um debate sobre liderança e práticas de comunicação não-violenta na edição do Cinemagister – programa cinematográfico do Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ) ¬– realizado, nesta segunda-feira, 1º de setembro, em parceria com o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec).

O encontro, realizado na Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, contou com a presença do presidente do Nupemec e do conselho da Escola de Mediação (Emedi), desembargador Cesar Cury; e da professora e pesquisadora Rafaela Selem. Intitulado “O diabo veste Prada: uma análise sobre liderança e comunicação não-violenta”, o evento intercalou a exibição de cenas do filme com análises e reflexões dos convidados. 

Ao final da conversa, a responsável pelo CCPJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, explicou que no Cinemagister é possível utilizar filmes como instrumento de reflexão e debate com especialistas. Ela explicou que “algumas cenas específicas foram selecionadas para ilustrar situações de conflito e estilos distintos de liderança”. 

“Existe, na história e na literatura, uma ponte de construção que ajuda a amadurecer no enfrentamento dos conflitos. A proposta desse centro cultural é oferecer espaços de reflexão. Ao ouvir o desembargador Cury e a professora Rafaela falarem, é possível se nutrir e aprender”, afirmou a magistrada. 

Imagem da desembargadora Cristina Tereza Gaulia na Sala Multiuso

Responsável pelo CCPJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, fala sobre a utilização de filmes como instrumento de reflexão e debate

A apresentação foi dividida em blocos que exemplificavam as situações de violência entre as personagens Miranda Priestly (Meryl Streep) e Andrea Sachs (Anne Hathaway). Em uma das cenas, Andrea se apresenta como a nova assistente de Miranda, uma chefe exigente que, muitas vezes, solicita, com tom de superioridade, funções praticamente impossíveis de serem cumpridas.  

O presidente do Nupemec e do conselho da Emedi, desembargador Cesar Cury, analisou que, em diversos momentos do filme, o conflito entre as duas personagens surge pela tentativa de autoafirmação. Essa interação pode ser apresentada tanto pela “vilã” quanto pela “mocinha”. 

“A linguagem e a comunicação são utilizadas como técnicas estratégicas, não necessariamente de reconhecimento, mas como uma necessidade de autoafirmação. Muitas vezes, essa ação surge pela ausência anterior de reconhecimento. Isso gera a necessidade de uma autoafirmação da individualidade e é aí que muitos conflitos surgem”, explicou o magistrado. 

A professora e pesquisadora Rafaela Selem refletiu sobre como essa violência se faz presente no cotidiano no mundo de trabalho de diversas pessoas no mundo real, além da ficção. 

“Considerando que vivemos em uma sociedade marcada por uma violência estrutural, muitas vezes não há escolha: ou você trabalha ou não tem comida na mesa. A pessoa suporta uma violência, porque, caso contrário, não tem acesso a um plano de saúde, por exemplo. Mas a ausência de comida ou de atendimento médico também é uma forma de violência, ainda maior. Assim, estamos sempre diante de escolhas entre diferentes violências”, contou a pesquisadora. 

 VS/IA
Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ