Folclore e cultura popular brasileira são temas de debate no CCPJ-RJ
A mesa foi composta pelo historiador, escritor e compositor Luiz Antonio Simas; pelo pesquisador do OPFMR, Vitor Hugo Monteiro Franco; e pelo diretor do CNFCP, Rafael Barros
O Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado Rio de Janeiro (CCPJ), por intermédio do seu Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa (OPFMR), promoveu, na quinta-feira, 21 de agosto, mais uma edição do “Observatório em Diálogo”, programa que tem possibilitado o debate interdisciplinar entre a comunidade jurídica e intelectuais dos mais diversos campos. Dessa vez, o evento teve como tema “A marginalização do folclore e o direito de ser popular”.
O encontro, em homenagem ao Dia Nacional do Folclore e Cultura Popular Brasileira, celebrado no dia 22 de agosto, aconteceu no Auditório Desembargador Nelson Ribeiro Alves e contou com a participação do historiador, escritor e compositor Luiz Antonio Simas e do diretor do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), Rafael Barros. A mediação ficou por conta do pesquisador do OPFMR, Vitor Hugo Monteiro Franco.
A diretora do CCPJ, Ana Paula Teixeira Delgado, ressaltou que a ideia do projeto é aproximar o Tribunal da sociedade civil por meio da cultura e trazer outros olhares à instituição, complementares ao jurídico.
"Foram criados núcleos voltados a áreas como a Antropologia, que contempla o folclore, o que enseja o convite a pensadores que tratam do tema com maestria. A exemplo do historiador Luiz Antonio Simas, que, além de ser estudioso teórico, experiencia em suas vivências pessoais, como artista, por exemplo, dimensões dos saberes populares. Uma referência nacional na área em discussão aqui hoje”, completou a diretora ao explicar como foi pensada a organização do evento e a seleção dos participantes.
Da esquerda para a direita: diretor do Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa, Luã Jung; historiador, escritor e compositor Luiz Antonio Simas; pesquisador do OPFMR, Vitor Hugo Monteiro Franco; diretor do CNFCP, Rafael Barros; e diretora do CCPJ, Ana Paula Teixeira Delgado
O diretor do Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa, Luã Jung, também discorreu sobre a programação do “Observatório em Diálogo”. “Queremos trazer intelectuais que reflitam sobre aspectos importantes da história e da cultura brasileira, para além do cotidiano institucional, sem deixar de considerar, futuramente, autores e intelectuais internacionais que também possam dialogar a partir de suas próprias perspectivas”.
Em sua participação, o professor Luiz Antonio Simas discutiu a marginalização do folclore e a capacidade da cultura popular de revelar realidades do Brasil. “Hoje se busca redefinir o conceito de folclore, tirando a carga pejorativa que carregou durante muito tempo. O folclore e as manifestações populares têm um imenso potencial educativo e também podem fortalecer laços coletivos em um mundo cada vez mais individualizado”, acrescentou o professor.
O diretor do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, Rafael Barros, detalhou o papel do Centro em manter um grande acervo de documentos sonoros, audiovisuais, fotográficos e bibliográficos. O pesquisador destacou a necessidade de maior reconhecimento do CNFCP e da cultura popular e, também, enfatizou a relevância de o Tribunal debater acerca do tema. "Quando o Tribunal acolhe um tema como esse, mostra que ele reconhece a diversidade cultural como fundamental para a transformação da sociedade e para um futuro que comporte toda a diferença presente no Brasil".
VS/IA
Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ