Cipop-Rua recebe visita do padre Júlio Lancellotti

                                                   Padre Júlio Lancellotti durante visita ao Cipop-Rua 

O Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua (Cipop-Rua/RJ) recebeu a visita do padre Júlio Lancellotti nesta sexta-feira, dia 22 de agosto. Acompanhado da equipe da Pastoral do Povo de Rua e da juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, integrante do Comitê Interinstitucional de Atenção à População em Situação de Rua do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), o sacerdote comentou a motivação da visita.

“Viemos para conhecer essa plataforma que integra diversos serviços para acumularmos informações e propor um projeto semelhante em São Paulo, pois lá ainda não tem um centro integrado assim. A unidade de atendimento daqui é extremamente importante por possibilitar que pessoas em vulnerabilidade tenham acesso aos serviços, de acordo com as suas necessidades”, ponderou o padre, que há anos é ativista na defesa dos direitos humanos da população que costuma ser marginalizada.

Enquanto apresentava aos visitantes o espaço do Cipop-Rua, que atende aproximadamente 170 pessoas por dia, a titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, magistrada Lysia Mesquita, destacou a necessidade de a sociedade, como um todo, debater esse problema social.

“A cada dia aumenta o número de pessoas em situação de rua. O Tribunal de Justiça do Rio, por sua vez, saiu à frente ao criar o Cipop-Rua. No entanto, ainda é necessário que toda a sociedade faça esse movimento de olhar para essas pessoas para resgatá-las. É preciso ter um engajamento dos outros poderes e da sociedade civil para efetivar uma melhoria na qualidade de vida delas, para que saiam da invisibilidade social”, considera. 

                              Pessoas em situação de rua sendo atendidas pelo projeto 

Uma nova chance

No final do ano passado, o número de moradores de rua no Brasil chegou a 327.925 - um aumento de 25% se comparado a dezembro de 2023. O estado do Rio de Janeiro é o segundo com o maior número de sem tetos do país: 30.801. Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 

Kleber Lucas Ferreira, de 22 anos, foi um dos que entraram para a estatística no último ano. Sem conseguir trabalhar devido a uma cirurgia feita no crânio quando ainda era criança, o jovem buscou a ajuda do Cipop para recuperar a certidão de nascimento e dar entrada no benefício assistencial Loas. “Eu quero sair dessa vida, mas, sem dinheiro, não tem como. Eu já tentei muitas coisas, porém não consigo trabalhar por causa da chapa que tenho na cabeça. Se conseguir o Loas, pelo menos posso alugar um quartinho e sair daqui”.

O Centro de Atendimento Integrado às Pessoas em Situação de Rua está localizado na Rua Senador Pompeu, s/n, junto à Central do Brasil e atende de segunda a sexta-feira, das 10h30 às 16h.

KB/ MG