Espetáculo "Moria" estreia no Centro Cultural do Poder Judiciário
As atrizes Tarciana Giesen, Deborah Sargentelli e Luiza Vianna em cena, na primeira apresentação de "Moria" no CCPJ
O programa teatral Justiça em Cena, do Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ), estreou o espetáculo “Moria”, na noite desta terça-feira, 2 de julho. Servidores e colaboradores lotaram a Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, onde a atração foi exibida. A peça, dirigida por Moacyr Góes, retrata a história de duas atrizes iranianas que, ao se converteram ao cristianismo, sofrem perseguição. Na tentativa de fugir da opressão no Oriente Médio, a dupla busca refúgio na Europa. No entanto, são aprisionadas no campo de refugiados de Moria, na Grécia.
Entusiasta das artes, especialmente do teatro, a desembargadora Cristina Tereza Gaulia, de pé, à esquerda, ouve as considerações do diretor Moacyr Góes sobre a peça, feitas ainda no palco ao lado das atrizes Luiza Vianna, Tarciana Giesen e Deborah Sargentelli
Na estreia, a desembargadora Cristina Tereza Gaulia, responsável pelo CCPJ, destacou a importância do Centro Cultural receber peças que desenvolvam a empatia. “O teatro é uma parte essencial da divulgação do conhecimento e da cultura. É através do teatro que conseguimos enxergar o outro, a dor e o sofrimento do outro e até se colocar no lugar de tantos outros que a gente não conhece. Isso foi o que vimos aqui: duas mulheres perseguidas pelo o que são e pelo o que creem. Nisso, conseguimos expandir o nosso conhecimento pela alma humana”, pontuou.
O diretor da peça, Moacyr Góes, partilhou com o público o que o inspirou a criar o espetáculo. “Eu sempre tive uma paixão em estudar a criação do Ocidente a partir das suas referências culturais históricas. E uma dessas referências é a cultura judaico-cristã, que embasou os conceitos de justiça e de moral. Mas, também quis fazer essa peça por causa da profunda intolerância, do desamor e do terror que vivemos no mundo e que afeta principalmente as mulheres”, comentou.
O espetáculo estará disponível até o dia 17 de julho. Inscrições são gratuitas e devem ser realizadas pelo link Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro - CCPJ - Produtor - Eventos e Conteúdos na Sympla. A iniciativa tem o apoio do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj) e da Mútua dos Magistrados.
Moria: o maior campo de refugiados da Europa
Moria em grego significa loucura. E é no campo de refugiados de Moria, na Ilha de Lesbos, na Grécia, que as histórias de Abda (Luísa Vianna), Bahar (Tarciana Giesen) e Shadi (Deborah Sargentelli) se cruzam. Moria é o maior campo de refugiados da Europa. O campo foi inaugurado em 2015 e tinha o propósito de abrigar temporariamente os imigrantes que chegavam no país irregularmente. No entanto, ao longo dos anos, a realidade mudou e ele se tornou uma “prisão” sobrecarregada.
“A história que vamos contar aconteceu no outono de 2019. O frio se aproximava. É madrugada no campo de refugiados de Moria, na Ilha de Lesbos, na Grécia. Um desterro. Mais de 15 mil pessoas se amontoam em um lugar planejado para duas mil, cercado por telas de arame e encimados por rolos de arames farpados”, contextualizou a atriz Deborah Sargentelli, interpretando Shadi, na abertura da peça.
KB/FS
Fotos Felipe Cavalcanti