CCPJ-RJ promove primeiro encontro do programa Literarius

Da esquerda para a direita: o desembargador Carlos Gustavo Direito, Luã Jung e a professora Beatriz de Paoli
 

Na manhã desta terça-feira (3 de junho), o Centro Cultural do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (CCPJ-RJ) promoveu o primeiro encontro do programa Literarius, intitulado “Da Ilíada à Odisseia: uma introdução ao mundo de Homero”. O programa é promovido pelo Observatório de Pesquisas Felippe de Miranda Rosa, divisão do CCPJ-RJ responsável por realizar pesquisas de caráter interdisciplinar a fim de aprofundar e expandir o conhecimento no âmbito do Poder Judiciário. 

Durante a abertura do evento, o diretor do Observatório, Luã Jung, ressaltou o compromisso do CCPJ-RJ com a interdisciplinaridade e a relevância da proposta: “O conceito de interdisciplinaridade é muito bonito, mas, muitas vezes, ele fica só com uma palavra efêmera, e não é realizado nas instituições que a professa. Mas, aqui, o Observatório e o Centro Cultural como um todo pretendem levar a sério essa questão, promovendo eventos como este”. 

Em seguida, o desembargador Carlos Gustavo Direito, doutor em Direito (UVA/RJ) e em História (UFRJ) afirmou que o objetivo do encontro foi “desmistificar” que esse tipo de literatura é difícil. “Pelo contrário, todos nós, hoje, podemos ler mesmo sem ter um conhecimento prévio sobre o Grego Antigo e, ao mesmo tempo, aprender com o que os antigos disseram para nós”, explicou. 

O programa Literarius tem o objetivo dialogar sobre grandes obras literárias, convidando acadêmicos e especialistas para debater textos relevantes e refletir sobre sua importância para a formação do imaginário humano, suas instituições e símbolos. Assim, a Dra. Beatriz de Paoli, professora de Língua e Literatura Grega na UFRJ foi convidada a palestrar no evento sobre as duas maiores obras do poeta da Grécia Antiga, Homero. Ela analisou a estrutura das composições e discutiu a influência duradoura desses textos na literatura ocidental. 

A professora também destacou a conexão do Direito com a literatura clássica e a importância de aproximar esta escrita do público contemporâneo: “Literatura clássica é algo que a gente ainda tem muito a aprender, independente da sua antiguidade. Mas é sempre bom a gente atualizar essas referências, as trazendo o mais próximo possível para o público. E eu acho que o universo do Direito é um universo de uma disciplina de humanidades, que envolve cultura, conhecimento e lidar com o humano. E isso tem total relação com a própria antiguidade clássica, com a literatura, com a poesia. Então, para mim, são áreas que dialogam perfeitamente”.

VM*

*Estagiário com supervisão de MB.

Foto: Vitor Miguel/TJRJ