Público lota Sala Multiuso em noite de leitura dramatizada e debate sobre Shakespeare
Da esquerda para a direita: o servidor W.B. Lemos, o ator Vitor Santana, a desembargadora Cristina Gaulia, a atriz Rosa Nogueira, o advogado José Roberto de Castro Neves e o ator Antonio Alves
Com lotação esgotada, o Centro Cultural do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro (CCPJ-RJ) promoveu, na quinta-feira (15 de maio), na Sala Multiuso, um passeio mágico pela obra do poeta e dramaturgo inglês William Shakespeare, com a leitura dramatizada, seguida de roda de conversa do projeto “Cena Lida, Cena Comentada", apresentando o programa "Shakespeare em Questão". O evento teve a chancela do Selo Prata da Casa, uma iniciativa do CCPJ-RJ para reconhecer talentos e valorizar a produção artística do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Com curadoria do especialista em Shakespeare, o advogado José Roberto de Castro Neves e sob a direção de Ricardo Leite, a leitura dramatizada contou com a participação da atriz Rosa Nogueira e dos atores Vitor Santana, Antonio Alves e W.B. Lemos, este último, servidor do TJRJ. Também participou da leitura e da roda de conversa, a presidente do CCPJ-RJ, desembargadora Cristina Gaulia.
Dividida em oito cenas da obra de Shakespeare, a leitura dramatizada foi aberta com trecho da obra “Romeu e Julieta”, passeando por cenas das obras “Ricardo II”, “Julio César”, Hamlet, Trólio e Cressida”, “Rei Lear” e “O Mercador de Veneza”, encerrando com o epílogo de “A Tempestade”.
A presidente do CCPJ-RJ, desembargadora Cristina Gaulia, falou sobre a importância de trazer obras de Shakespeare, assim como de outros autores nacionais e internacionais para o Centro Cultural.
“E eu acho que o Centro Cultural tem a obrigação de trazer Shakespeare, assim como tem a obrigação de trazer os grandes clássicos, Homero e os grandes autores brasileiros. Vamos promover eventos trazendo Itamar Vieira, Lilia Schwartz, para falar sobre o Brasil, o professor Jessé Souza para falar de como a sociedade brasileira é construída, entre outros. Trazer essas reflexões junto com atores maravilhosos como a gente vivenciou, hoje, é um presente. Na verdade, é um presente que o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Couto, está possibilitando para todos nós, através desses eventos que programamos no CCPJ”, ressaltou.
Para a desembargadora, a obra de Shakespeare nunca foi tão contemporânea para a sociedade atual, não só no Brasil, mas em todo o mundo.
“Você ler, conhecer, entender estar em um lugar onde as peças de Shakespeare são encenadas, é você ter a oportunidade de abrir um campo de reflexão crítica sobre a sociedade atual. É impressionante, pode não parecer lógico, mas Shakespeare nunca foi tão contemporâneo, nunca foi tão moderno. Então ele trata, exatamente, de todas essas questões de disputa de poder, preconceito, comportamento da juventude, revoltas, descumprimento das regras pelos poderosos, enfim, todas essas questões que são questões éticas e que nos afligem, nos angustiam nos tempos presentes no Brasil e no mundo”, avaliou a presidente do CCPJ-RJ.
desembargadora Cristina Gaulia lê um dos textos durante a apresentação na Sala Multiuso
Ao final do evento, o advogado José Roberto de Castro Neves não escondeu seu entusiasmo pelo compartilhamento da obra do dramaturgo inglês. Ele contou que não foi difícil selecionar as cenas para leitura, em razão da riqueza da obra de Shakespeare.
“Foi, realmente, um prazer selecionar as cenas para a leitura de hoje. A obra de Shakespeare é riquíssima, permitindo variarmos em todas as direções. Quando você mergulha um pouco no seu universo, você logo se apaixona e é uma curtição, uma alegria enorme. Foi uma belíssima noite aqui hoje. O resultado foi lindo, emocionante. Os atores deram um tom extraordinário. Eles incorporaram de forma linda o espetáculo”, disse o especialista.
JM/MB
Fotos: Felipe Cavalcanti/TJRJ