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3º Tribunal do Júri da Capital ouve testemunhas do assassinato do advogado Rodrigo Crespo
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 09/09/2024 21:58

                                                                Os três réus serão interrogados após os depoimentos das testemunhas 
 

O 3º Tribunal do Júri da Capital iniciou nesta segunda-feira (9/9) a audiência de instrução e julgamento de Cezar Daniel Mondego de Souza, Eduardo Sobreira de Moraes e Leandro Machado da Silva, acusados de envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo. A vítima foi morta a tiros em frente à sede Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Centro do Rio, em 26 de fevereiro deste ano, quando saía do escritório em que trabalhava.

Durante a audiência foram ouvidas nove testemunhas de acusação, sendo duas por videoconferência e sete de forma presencial. Entre elas, o delegado da Delegacia de Homicídios da Capital, Rômulo Assis Coelho Caldas, que conduziu as investigações. No seu depoimento, o policial detalhou a dinâmica do crime e disse que vítima já estava sendo acompanhada dias antes do homicídio. 

“Um Gol branco chegou na Avenida Marechal Câmara por volta das 11h do dia 26 de fevereiro, dia do crime. O veículo foi o responsável pelo monitoramento da vítima. Às 14h30, o carro é imediatamente substituído por um segundo Gol branco, onde estavam os executores. O policial militar Leandro Machado foi o responsável pelo aluguel dos carros usados no crime. O Eduardo Sobreiro foi visto no entorno da casa da vítima”, contou.

O delegado também citou que a ex-mulher de Eduardo afirmou que ele integrava um grupo de extermínio; que quando eram casados, ele andava armado em casa; e que o carro pertencia a César Mondego, que Eduardo era seu motorista. 

Pedro Henrique Tow Crespo Baptista, sobrinho de Rodrigo Crespo e que o acompanhava na hora da execução, também foi ouvido nesta segunda-feira. 

“O que fizeram com ele foi um esculacho. Descemos para fazer um lanche. Quando retornávamos, tomei um tiro de raspão no ombro. Achei que era uma explosão e me joguei no chão. Quando eu me levantei, ele já estava morto. O executor saiu pro carro de trás. Demorei uns 40 segundos para levantar”, explicou. 

O sobrinho também falou que Rodrigo estava estudando o tema de regulamentação de jogos online, que queria ser o primeiro advogado com essa especialidade e ficar milionário. 

Dois amigos da vítima, Fernanda de Carvalho Serra e Douglas Geiss Cavello, foram ouvidos por videoconferência. Fernanda disse que trabalhou com Rodrigo em 2004 e, desde então, falavam sobre trabalho. Relembrou que, pouco antes do crime, Rodrigo a procurou para apresentar um sistema de licitação e perguntou se ela tinha clientes ou parceiros em potencial para mostrar o projeto. 

Em seu depoimento, Douglas Geiss ressaltou que Rodrigo Crespo queria ser uma referência jurídica em jogos de apostas/Bets e que estava se especializando com esse objetivo. 

Sócios da vítima no escritório, os advogados João Rachid da Motta e Antonio Vandeler de Lima Junior contaram que, somente depois do crime, souberam que Rodrigo Crespo havia adquirido alguns domínios de jogos.  Até então, segundo eles, o sócio havia participado, no final do ano passado, de uma audiência pública em São Paulo sobre o assunto e, logo depois, escreveu um artigo sobre a lei que regula o mercado de apostas no Brasil.  

Na vida pessoal, Rodrigo, segundo os sócios, gostava de jogar pôquer eletrônico e presencial.  E frequentemente tinha gastos elevados. O advogado Antonio Vandeler disse também que, quatro dias após o crime, voltou ao escritório e percebeu que o computador de Rodrigo estava ligado e havia várias conversas abertas. Foi então que ligou para a polícia e comunicou o fato.   

A audiência ouviu, ainda, os policiais civis Daniela Félix Garcia, Michelina Colucci e Felipe Salabert, além da namorada da vítima, Isadora Strapazzon Guerma. 

Audiência continua nesta terça-feira (10/9) 

A audiência de instrução seguirá nesta terça-feira (10/9) e na quarta-feira (11/9), a partir das 13h, podendo se estender até os dias 12 e 13. No total, são previstos os depoimentos de 23 testemunhas - acusação e defesa - e o interrogatório dos três réus. 

Processo nº 0057493-87.2024.8.19.0001
IA/AB/FS

Foto: Brunno Dantas/TJRJ