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Desembargador Nildson Araújo recebe homenagem em sua última sessão no Órgão Especial
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 20/09/2021 17:05

Em seu último dia de atividades no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, já que se aposentará nesta terça-feira (21/9), quando completará 75 anos de idade, o desembargador Nildson Araújo da Cruz foi homenageado pelos seus pares na sessão de hoje do Órgão Especial.  

O presidente do TJRJ, desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, destacou que o sentimento não é de tristeza, mas, sim, de festa. “O momento é de uma grande alegria pelo dever cumprido. O desembargador Nildson é um exemplo de magistrado, veio para engrandecer nossos julgamentos, foi brilhante. O Tribunal de sente feliz e prestigiado pela sua grande trajetória de vida”, afirmou.  

O desembargador Marcus Henrique Pinto Basílio, que atuou na área criminal juntamente com o magistrado homenageado, lembrou que Nildson costuma dizer que cada processo é uma causa de motivação para o juiz e que o magistrado deve estar em constante aperfeiçoamento. “Um fato não é igual ao outro e ambos não podem ser tratados da mesma forma. Daí porque se dedica a um estudo amplo de todo processo. Nildson sempre defende que o juiz deve estar se aperfeiçoando constantemente, estudando e refletindo. Daí porque em sua trajetória esteve à frente de fóruns de estudo na área penal e processual na Emerj, participando de debates acirrados com colegas que poderiam pensar diferente”, disse. 

“Por força de imposição constitucional, os jurisdicionados perdem um julgador exemplar, referência na área penal e processual penal do nosso tribunal, mas os estudiosos do Direito ainda o terão por muito tempo com suas lições doutrinárias eletrizantes. Pessoas como Nildson não vão embora fácil, e deixam ensinamentos que permanecem para sempre. Amigo Nildson, você vai fazer muita falta aqui no Tribunal da Justiça, mas o seu talento jurídico ainda será por todos nós aproveitado na academia, à qual você certamente terá mais tempo para se dedicar. Chegando ao final, em nome dos seus colegas do tribunal, desejo muito sucesso nesse novo momento de sua vida”, desejou o colega de toga. 

Em sua despedida, o desembargador Nildson Araújo lembrou com detalhes o dia em que saiu de sua terra natal, Manaus, 55 anos atrás, trazendo um certo sentimento de culpa pela sua partida, justificada pela busca por novos conhecimentos e experiências no Rio de Janeiro. “Trazia uma dor no peito que só os retirantes sentem, mas, também, uma forte esperança. Saía de um estado pobre e esquecido para um dos mais importantes do país. O mundo e o homem se explicam pelas suas origens. A natureza da minha terra me marcou profundamente”, contou.  

O magistrado agradeceu a todos que o ajudaram em sua trajetória, como familiares, colegas, assessores e professores, destacando que ninguém chega a qualquer lugar sem ajuda e compartilhou uma importante lição aprendida nestes anos de trajetória. “Aprendi que a importância da nossa função é ela mesma”, ressaltou, citando que está saindo com a sensação de dever cumprido.  

Em decorrência da vacância, assume a titularidade no Órgão Especial o desembargador Claudio de Mello Tavares.  


Perfil 

Nascido em Manaus, Amazonas, em 1946, Nildson Araújo da Cruz é casado há quase 50 anos, tem duas filhas e um filho, além de uma neta. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1971 e, antes de tornar-se magistrado, atuou como comissário de Polícia e, posteriormente, delegado no antigo Estado da Guanabara; foi promotor no Ministério Público de São Paulo e depois no MP do Rio de Janeiro, onde veio a ser promovido a procurador, entre outras atividades exercidas. 

Desembargador do Tribunal de Justiça do Rio pelo quinto constitucional, em vaga pelo Ministério Público, desde 9 de outubro de 2000, Nildson Araújo da Cruz é presidente da 6ª Câmara Criminal e do 3º Grupo de Câmaras Criminais e membro efetivo do Órgão Especial. Foi também coordenador em comissão de Segurança e do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Rio, atuou na área de Direito Processual Penal na Escola da Magistratura do Estado do Rio (Emerj). Também trabalhou como professor de Direito Processual Penal na Universidade Estácio de Sá e como palestrante em diversos eventos na Emerj, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e na Escola Superior da Magistratura do Estado do Amazonas.  

Recebeu ainda honrarias como a Medalha Mérito Avante Bombeiro; Medalha Mérito Dom João VI, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro; Título de Cidadão do Estado do Estado do Rio de Janeiro; Colar do Mérito do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; Comendador da Ordem do Mérito Policial Militar; Colar do Mérito Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro; Professor emérito da Emerj; título de sócio honorário da Sociedade Eça de Queiroz, além de Colar do Mérito Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.
 
SP/MB/FS