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CCMJ lança exposição que retrata movimento e conquistas das mulheres
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 29/01/2019 21:52

 

Quem visitar a exposição “Mulheres a hora e a voz – Direitos, conquistas e desafios”, aberta ao público a partir desta quarta-feira, dia 30, no Museu da Justiça-Centro Cultural do Poder Judiciário (CCMJ), vai poder conhecer um pouco sobre a luta pelos direitos de cidadania das mulheres e de que forma a atuação de integrantes de movimentos feministas influenciaram nas conquistas obtidas pelas mulheres na Assembleia Constituinte de 1988.

Sob a curadoria da diretora do CCMJ, Silvia Monte, a exposição reúne arquivos fotográficos, vídeos e materiais interativos retratados a partir de depoimentos de quatro feministas, Comba Marques Porto, Jacqueline Pitanguy, Leila Linhares Barsted e Schuma Schumaher, que atuaram de forma efetiva para garantir a participação das mulheres na Constituinte e na inclusão dos direitos das mulheres na Constituição.

 

Montada no Salão dos Passos Perdidos, antessala do I Tribunal do Júri, situado no segundo pavimento do Antigo Palácio da Justiça do Rio de Janeiro, a exposição apresenta, ainda, uma linha do tempo do movimento feminista no mundo, destacando a carta que Abigail Adams escreveu ao marido em 1776, pouco antes da independência dos Estados Unidos, com um alerta para quando ele estivesse redigindo a Constituição dos Estados Unidos: “Lembre-se das mulheres, senão nós nos revelaremos.”; o início do movimento americano, em 1848, a marcha das mulheres operárias da indústria têxtil em Nova York, no dia 8 de março de 1857.

A linha do tempo também recorda os primórdios do movimento feminista no Brasil e as conquistas das mulheres, como o direito de poderem se matricular em instituições de ensino superior, em 1879; a permissão para o ingresso no serviço público, em 1917; a criação do Código Eleitoral assegurando o direito de voto, em 1932; e a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006.

A exposição também destaca a atuação da bióloga e ativista feminina Bertha Lutz (1894/1976) e sua luta pelo direito de voto para as mulheres brasileiras, pela mudança de legislação trabalhista referente à mulher e ao menor, para igualdade salarial, licença de três meses à gestante e redução da jornada de trabalho que era, na época de 13 horas.

Aberta para convidados nesta terça-feira, a exposição contou com a presença de magistrados, militantes de movimentos das mulheres, amigos e familiares, além das quatro homenageadas.

 

 

O que elas falam

 

Leila Linhares Barsted

“É realmente um acervo lindo e que me surpreende pela quantidade de documentos e fotos e pela pesquisa criteriosa que foi feita. O CCMJ está de parabéns. Fico extremamente emocionada de rever uma década onde nós jovens lutávamos pela democracia e muito feliz por continuar lutando por ela”.

Jacqueline Pitanguy

“Essa exposição é da maior importância, porque resgatar a memória é fundamental para entender o presente e para construir o futuro. E o movimento feminista, que é muito atuante hoje, tem raízes, tem uma história que se reflete e que nos permite compreender melhor os desafios, as conquistas, as derrotas. É fundamental também esse esforço de capturar vozes de protagonistas desse movimento em outras épocas que foram fundamentais a nível da legislação, da Constituição e do próprio ativismo nas ruas”.

Comba Marques Porto

“Isso aqui que está acontecendo hoje é a medida de como foi importante a nossa luta, que chegou na Justiça através da legislação com a Lei Maria da Penha. Por isso acho que esse movimento que protagonizamos nos anos 80 até hoje tem a sua força presente, porque dele vem a cada dia resultando alguma conquista a mais. O momento é difícil, estamos observando um aparente retrocesso, mas acredito que toda a nossa força que ainda reunimos não há de se perder. A exposição é importante para que cada vez mais mulheres saibam que o movimento existe e precisamos que essas histórias sejam compartilhadas com as meninas que hoje têm a idade que tínhamos na época que iniciamos o movimento”.

Schuma Schumaher

“Fiquei muito feliz quando cheguei aqui no Tribunal e comecei a participar da exposição já na subida de cada degrau. É muito emocionante estar aqui e participar dessa viagem ao passado, nesse presente ameaçador. É uma viagem muito emocionante, tensa e alegre. Ela retrata todo uma luta de um movimento. As conquistas das mulheres na Constituição de 1988 se devem a uma grande estratégia montada no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Foi uma estratégia participativa, democrática e só funcionou em razão da participação das mulheres em todo o país, com sua diversidade”.

Juíza Adriana Ramos de Melo

“Essa exposição nasceu de um evento realizado na Emerj no ano passado, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, e nasceu também de uma proposta da Leila Linhares e da Jacqueline Pitanguy de registrar esse movimento. Fico feliz e muito orgulhosa por fazer parte de um Tribunal que deu forma a esse evento, a partir do trabalho idealizado e coordenado pela Silvia Monte”.

Silvia Monte – curadora da exposição

Essa exposição teve como foco principal o direito da mulher na Constituinte. Apresenta o trabalho árduo de mulheres corajosas, que mobilizaram o Brasil inteiro para que as conquistas das mulheres pudessem ser alcançadas. E essa exposição não representa um milésimo do que essas mulheres fizeram. Mas é uma forma de fazer com que as pessoas pensem sobre esse momento político atual que estamos vivendo, porque a nossa luta tem que ser permanente, contínua e tenho muito orgulho, como diretora do CCMJ, em nome de toda a equipe que participou da montagem dessa exposição, de podermos homenagear essas mulheres e tantas outras que participaram e participam da luta pelas conquistas das mulheres”.

 

Serviço:

EXPOSIÇÃO: Mulheres a hora e a voz – Direitos, conquistas e desafios

De 30 de janeiro a 31 de maio, de segunda a sexta-feira, as 11h às 19h.

Aos sábados das 14 às 18h. | Entrada Franca

Museu da Justiça-Centro Cultural do Poder Judiciário - CCMJ
Salão dos Passos Perdidos - antessala do I Tribunal do Júri

2º pavimento do Antigo Palácio da Justiça do Rio de Janeiro

Rua Dom Manuel, 29. Centro. Rio de Janeiro - RJ
Mais informações:  55 21 3133-3768 / 3133-3548

JM/AB