Roberto Menescal e Cris Delanno relembram clássicos da bossa nova no Centro Cultural
Cris Delanno e Roberto Menescal durante apresentação do show Lado B da Bossa
No final dos anos 1950, um novo movimento musical surgiu e transformou a música popular brasileira. A bossa nova deu as caras nos encontros na Zona Sul do Rio de Janeiro, ganhou projeção e alcançou outros países. Entre seus precursores, estava o compositor Roberto Menescal. E, nesta quarta-feira, 10 de dezembro, a Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda recebeu o show Lado B da Bossa, apresentado pelo próprio Menescal e pela cantora Cris Delanno como parte do programa musical Nota Justa, do Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ).
Em referência aos lados A e B dos antigos discos, a nova empreitada da dupla destaca e apresenta ao público músicas menos conhecidas do repertório. A parceria entre os artistas soma 38 anos, e o álbum Lado B da Bossa, lançado em 2025, reúne composições dos dois, faixas que sempre quiseram interpretar e canções anteriores ao surgimento da bossa nova.
O compositor de Você, O Barquinho e Rio, Roberto Menescal, ressaltou como o gênero segue vivo e reconhecido, dentro e fora do país. Segundo ele, os shows da dupla costumam lotar as casas de espetáculo.
“Tem lugares do mundo que a bossa nova é muito presente, às vezes até mais que no Brasil. No Japão é impressionante, quando alguém canta ‘Vai, minha tristeza’, trecho de Chega de Saudade, e todo mundo sabe de cor. Aqui no Brasil tem lugares onde fazemos shows em que os ingressos esgotam e todo mundo canta o espetáculo todo”, afirmou.
Cris Delanno destacou que o entrosamento com Menescal facilitou a escolha das músicas para o álbum e para as apresentações. A cantora contou ainda que, em algumas ocasiões, os dois selecionavam a mesma canção sem combinar.
“O Menescal foi, no início, uma figura paterna na música, porque foi com ele que eu aprendi muita coisa da ética, da profissão, de como a gente deve trabalhar, e isso é muito importante. Nossa parceria já vai completar quase 40 anos”, completou.
Repertório que conquistou a plateia
O público acompanhou com entusiasmo o repertório apresentado. O início do show foi dedicado às faixas do Lado B da Bossa, entre elas O Bondinho, composta em homenagem aos 10 anos do Bondinho do Pão de Açúcar; Deixa, de Vinícius de Moraes; e Ah! Se eu Pudesse, de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli.
A segunda parte da apresentação relembrou clássicos do gênero, o lado A da bossa nova. Chega de Saudade, Wave e O Barquinho, famosa composição de Menescal eternizada por Nara Leão, fizeram o público cantar.
VS/IA
Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ