Autofit Section
Museu da Justiça inaugura mostra sobre o legado de Joel Rufino
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 28/11/2025 13h44

Da esquerda para direita: desembargador Wagner Cinelli; esposa de Joel, Teresa Garbayo dos Santos; e desembargadora Patrícia Serra

Desembargador Wagner Cinelli; Teresa Garbayo dos Santos, viúva de Joel, Rufino; e desembargadora Patrícia Serra posam na abertura da exposição no Museu da Justiça 

Uma trajetória de rompimento de barreiras, dedicação à cultura brasileira e resistência. O Museu da Justiça inaugurou, nesta quinta-feira, 27 de novembro, a exposição “Entre Histórias e Utopias: O legado de Joel Rufino”. A abertura do evento foi realizada pela diretora do Museu da Justiça do Rio, Siléa Macieira, que exaltou Joel com um dos grandes intelectuais de seu tempo. 

“Um intelectual militante, bastião inabalável na defesa da liberdade do povo brasileiro. Sua obra e pensamento se consolidaram indispensáveis para o resgate da construção histórica das relações étnico-raciais e de classe. ” 

A mostra foi prestigiada pelo presidente do Comitê de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogen 1º Grau), desembargador Wagner Cinelli; pela a vice-presidente do Cogen 1º Grau, desembargadora Maria Teresa Gazineu; pela presidente do Cogen 2º Grau, desembargadora Patrícia Serra; além de outros servidores, amigos e familiares de Joel. Durante seu discurso, o desembargador Wagner Cinelli – que foi o idealizador da exibição – leu depoimentos de pessoas que estiveram ligadas diretamente a Joel durante sua trajetória. 

Imagem de uma das salas da exposição no Museu da Justiça

Abertura da mostra sobre o legado de Joel Rufino contou com a participação de magistrados, servidores, amigos e familiares de Joel

Eloi Ferreira de Araújo, advogado, ex-ministro da Igualdade Racial e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares: “Joel Rufino foi para além de intelectual brilhante, um militante da luta antirracista e pela democracia. Presidiu a Fundação Cultural Palmares e deu substantiva contribuição na defesa das comunidades quilombolas e da cultura negra. ” 

Tom Farias, escritor e amigo do Joel Rufino: “Joel foi meu grande amigo. Convivi com ele por mais de 20 anos. Palestramos juntos, trocamos ideias e livros, demos aulas juntos na UFRJ e viajamos juntos. Até seus últimos dias, conversávamos e trocávamos ideias sobre o Brasil, sobre livros e autores, especialmente Carolina Maria de Jesus, e sobre a vida. Uma pessoa de um coração fabuloso que deixou gestos e atitudes como homem e cidadão que jamais serão esquecidos por mim. Joel Rufino dos Santos é um gigante inadormecido, que cresce a cada dia em nossas memórias e nossos corações. ” 

Fernando Foch, desembargador aposentado: “Joel Rufino tinha a simplicidade dos gênios. Quem não conhecesse sua obra não imaginaria estar diante de um brilhante pensador, professor, historiador, comunicador, aliás, doutor em Comunicação pela UFRJ. Uma de suas maiores contribuições para a cultura foi o resgate do papel das minorias organizacionais, como diria Ada Pellegrini Grinover, especialmente dos negros, na história brasileira e na nossa sociedade. Isso ele fez através de extensa produção bibliográfica, toda ela embasada em sólidas pesquisas acadêmicas. ” 

A estreia da mostra contou com uma mesa realizada no Salão Histórico do I Tribunal do Júri. A conversa foi mediada pelo historiador e chefe do Serviço de Acervo Textual, Audiovisual e de Pesquisas Históricas do Museu da Justiça, Gilmar de Almeida Sá, e reuniu o pós-doutor em Educação e História Amilcar Pereira; a doutora em História, pesquisadora e professora de História da América, Samantha Quadrat; e o mestre em Educação, doutor em Ciências Sociais, especialista em História da África e pesquisador Amauri Pereira.  

Imagem de grupo de pessoas no Salão Histórico do I Tribunal do Júri 

                                                       Exposição contou com mesa de abertura no Salão Histórico do I Tribunal do Júri 
 

Em sua fala, Samantha evidenciou a importância do evento e dos legados deixados por Joel, que estão sendo cada vez mais reconhecidos nos tempos atuais. “Nos últimos anos, Joel está chegando a um lugar à altura que ele merece em termos de reconhecimento. Ainda que ele já tivesse recebido muitos prêmios internacionais, hoje ele consegue romper barreiras e se transformar em uma referência para os jovens. Nos faz pensar no Brasil, na cultura brasileira, nos desafios que uma criança negra enfrenta no Brasil para se estabelecer e se transformar em um grande intelectual”, completou.

Inauguração da exposição

A mostra, que está dividida em seis salas do museu, reúne textos, imagens, objetos pessoais como troféus e obras inspiradas nas ideias de Joel, propondo que sua história seja revisitada de forma imersiva. Em uma das salas, é possível conhecer com detalhes a história do Baile “A Justiça é o Charme”, iniciativa realizada pelo Tribunal de Justiça do Rio em 2015 e idealizada por Joel Rufino, com o objetivo de aproximar a Justiça do cidadão. 

Imagem de uma das salas da exposição no Museu da Justiça

                                              Público prestigia inauguração da exposição “Entre Histórias e Utopias: O legado de Joel Rufino”

A viúva de Joel, Teresa Garbayo dos Santos, acompanhou todo o evento e não deixou de expressar sua alegria e satisfação com o projeto. “ A exposição está maravilhosa. Fico muito feliz porque eu pude emprestar itens do acervo do Joel para a exposição e o resultado ficou muito melhor do que eu imaginava. Sou muito grata ao Tribunal por ter lembrado do Joel que era uma pessoa simples, um intelectual que não era metido a intelectual e que teve suas alegrias e seus sofrimentos também. ”  

Joel Rufino

Joel Rufino dos Santos foi um historiador, escritor, professor e militante da igualdade racial. Filho de pernambucanos e nascido no bairro de Cascadura, dedicou sua vida a pensar o Brasil sob a ótica da justiça, da cultura e da cidadania. Autor de mais de 50 livros e detentor de três prêmios Jabuti, Joel atuou como diretor de Comunicação do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de janeiro a setembro de 2015.  

A exposição é uma parceria do Museu da Justiça com os Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento dos Assédios Moral e Sexual e da Discriminação (Cogens) e com o Núcleo de Atenção e Promoção à Justiça Social (Napjus). A mostra “Entre Histórias e Utopias: O legado de Joel Rufino”está aberta para visitação de segunda a sexta-feira, das 11 às 17 horas.  A entrada é franca e a classificação é livre.  

DA*/IA

* Estagiário sob supervisão 

Fotos: Rafael Oliveira / TJRJ