Autofit Section
Centro Cultural homenageia Milton Nascimento, Lô Borges e o Clube da Esquina 
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 05/11/2025 13h59

                               Cantor, compositor e multi-instrumentista Serggio Torres conduziu o espetáculo, acompanhado de sua banda

O Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ) parecia estar com o clima acolhedor de Minas Gerais. E não por acaso: o espírito do Clube da Esquina e de Milton Nascimento tomou conta da Sala Multiuso do Edifício Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro. 

Quem passou por ali, na terça-feira, 4 de novembro, pôde assistir a um show dedicado a Milton Nascimento, com uma verdadeira coletânea de sucessos do carioca mais mineiro do Brasil. Bituca, como é apelidado, foi o homenageado da vez pelo Centro Cultural do Poder Judiciário (CCPJ). 

Um dos maiores artistas da história da música popular brasileira foi o tema do programa musical Nota Justa - Canções e Momentos: um tributo a Milton Nascimento, que contou com casa cheia e teve até quem apreciou o show de pé. 

O cantor, compositor e multi-instrumentista Serggio Torres conduziu o espetáculo, acompanhado de sua banda, que levou à plateia a força e a emoção das obras de Milton e do Clube da Esquina. “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”, “Nos Bailes da Vida” e “Cais” fizeram parte do repertório do tributo. O espetáculo, que inicialmente seguiria um roteiro previamente definido, começou de forma diferente. As primeiras canções foram dedicadas a Lô Borges, grande parceiro de Milton Nascimento, que morreu na última segunda-feira, 3 de novembro. Lô foi um dos idealizadores do Clube da Esquina, movimento musical surgido em Belo Horizonte no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. 

Torres exaltou a amizade entre Milton Nascimento e Lô Borges e destacou como Milton rompeu padrões na música brasileira. Segundo ele, a postura simples e autêntica do artista, mesmo diante do sucesso internacional, serviu como inspiração pessoal e artística. 

“Milton está num ponto musical que representa o ápice da música brasileira. Ele fez uma revolução. A MPB era uma coisa antes e se tornou algo diferente depois dele. Para mim, pessoalmente, desde pequeno, ouvindo em casa por influência dos meus pais, sempre me emocionei com as obras do Clube da Esquina. O que mais me impactou foi perceber o quanto cabe de preciosidade, de raridade, de grandiosidade em uma pessoa tão simples”, afirmou.  

Entre as participações especiais, esteve a cantora e analista judiciária do TJRJ Gabriela Rafael. Ela já havia dividido o palco com Serggio Torres no espetáculo de seu álbum autoral Encantamento e, nesta nova apresentação, emocionou o público ao interpretar “Canção da América”.  

“As músicas, especialmente as letras de Lô Borges, curavam as minhas dores e me traziam esperança, sonhos. Isso é um legado. Peço que os jovens possam ter acesso às obras deles e que elas possam curar. Precisamos de tanta esperança neste mundo de guerras e conflitos”, completou.  

No fim, era possível ver uma plateia inteira de pé, braços erguidos, cantando junto com Serggio um dos maiores sucessos de Milton: 

“Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, 

É preciso ter gana sempre. 

Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria, 

Mistura a dor e a alegria.” 

VS/ SF 

Fotos: Rafael Oliveira/ TJRJ