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Evento “Vozes da Memória” provoca reflexões sobre racialidade, Direito e literatura
Notícia publicada por Secretaria-Geral de Comunicação Social em 31/08/2025 12:45

Da esquerda para a direita: Maria Araci Martins (NAPJUS), Alessandra Man-Fu Lima, Tatiana Brandão (NAPJUS), desembargadora Patricia Serra, Inara Flora Firmino (NAPJUS), professora Marta Abreu, professor Julio Cesar Medeiros, desembargador Wagner Cinelli, Abab Nino (NAPJUS) e Isis Saint’Clair (NAPJUS)

Da esquerda para a direita: Maria Araci Martins (NAPJUS), Alessandra Man-Fu Lima, Tatiana Brandão (NAPJUS), desembargadora Patricia Serra, Inara Flora Firmino (NAPJUS), professora Marta Abreu, professor Julio Cesar Medeiros, desembargador Wagner Cinelli, Abab Nino (NAPJUS) e Isis Saint’Clair (NAPJUS)

O que racialidade, Direito e literatura têm em comum? A resposta foi apresentada ao público no evento “Vozes da Memória: Tráfico de Escravizados, Justiça e Resistência Negra”, realizado no Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab), neste sábado, 30 de agosto. A ação foi promovida pelo Núcleo de Apoio e Promoção à Justiça Social (Napjus), integrante dos Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual e da Discriminação (Cogens 1º e 2º Graus) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O evento reuniu magistrados, servidores, professores e o público em geral para debater os reflexos que o processo de escravidão ocasionou na sociedade brasileira. 
 
O presidente do Cogen 1º Grau, desembargador Wagner Cinelli, representou o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Couto de Castro, e abriu o encontro ao lado da presidente do Cogen 2º Grau, desembargadora Patricia Serra, reafirmando a missão do Napjus. “O Núcleo de Apoio e Promoção à Justiça Social atua no Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial a fim de prevenir a discriminação racial. E uma das formas de fazermos isso é pela promoção de diálogos, palestras e ações que gerem reflexões na sociedade”, destacou. 

Da esquerda para direita: desembargadores Wagner Cinelli e Patricia Serra abrem evento “Vozes da Memória”

                      Da esquerda para direita: desembargadores Wagner Cinelli e Patricia Serra abrem evento “Vozes da Memória”
 
A desembargadora Patricia Serra também destacou o papel do Judiciário de compreender a realidade e ser um garantidor da Justiça. “O evento de hoje passa por temas sensíveis, como o tráfico de escravizados. Uma das consequências desse período foi o racismo ambiental, que afasta a população majoritariamente negra e pobre para as margens da sociedade. Precisamos ter uma política pública acertada que vá contra isso, e esse é um dos papéis do Poder Judiciário, o de promover o acesso aos Direitos e à Justiça Social”, ponderou. 
 
A gestora pelo TJRJ do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial, juíza Leidejane Chieza, pontuou um dos objetivos da iniciativa. “Vozes da Memória foi pensado para reafirmar que preservar a história do povo negro é garantir dignidade, identidade e justiça para as próximas gerações”. 

“Memória do tráfico de escravos e a abolição”  
 
A historiadora e servidora do TJRJ Tatiana Brandão mediou a palestra “Memória do tráfico de escravos e a abolição”, que tratou da chegada dos africanos em território brasileiro. Na sequência, a professora de pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marta Abreu mencionou a ilegalidade do tráfico de escravos após a Lei Feijó, conhecida como “lei para inglês ver”, que proibia a prática somente no papel. Já o doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Júlio César Medeiros descreveu os resultados da pesquisa “À Flor da Terra”, realizada pelo Instituto Pretos Novos com as ossadas encontradas no Cemitério dos Pretos Novos, na Gamboa. 

​ to. A ação foi promovida pelo Núcleo de Apoio e Promoção à Justiça Social (Napjus), integrante dos Comitês de Promoção da Igualdade de Gênero e de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e Sexual e da Discriminação (Cogens 1º e 2º Graus) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O evento reuniu magistrados, servidores, professores e o público em geral para debater os reflexos que o processo de escravidão ocasionou na sociedade brasileira.    O presidente do Cogen 1º Grau, desembargador Wagner Cinelli, representou o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Couto de Castro, e abriu o encontro ao lado da presidente do Cogen 2º Grau, desembargadora Patricia Serra, reafirmando a missão do Napjus. “O Núcleo de Apoio e Promoção à Justiça Social atua no Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial a fim de prevenir a discriminação racial. E uma das formas de fazermos isso é pela promoção de diálogos, palestras e ações que gerem reflexões na sociedade”, destacou.    A desembargadora Patricia Serra também destacou o papel do Judiciário de compreender a realidade e ser um garantidor da Justiça. “O evento de hoje passa por temas sensíveis, como o tráfico de escravizados. Uma das consequências desse período foi o racismo ambiental, que afasta a população majoritariamente negra e pobre para as margens da sociedade. Precisamos ter uma política pública acertada que vá contra isso, e esse é um dos papéis do Poder Judiciário, o de promover o acesso aos Direitos e à Justiça Social”, ponderou.    A gestora pelo TJRJ do Pacto Nacional do Judiciário pela Equidade Racial, juíza Leidejane Chieza, pontuou um dos objetivos da iniciativa. “Vozes da Memória foi pensado para reafirmar que preservar a história do povo negro é garantir dignidade, identidade e justiça para as próximas gerações”.         A primeira mesa foi mediada pela servidora Tatiana Brandão (ao centro) e palestrada pelos professores Júlio Cesar Pereira (à esquerda) e Marta Abreu (à direita)   ​

A primeira mesa foi mediada pela servidora Tatiana Brandão (ao centro) e palestrada pelos professores Júlio Cesar Pereira (à esquerda) e Marta Abreu (à direita) 
  
“Direito à cidade e racismo ambiental, formulações de disputa sobre o território” 
 
A palestra “Direito à cidade e racismo ambiental, formulações de disputa sobre o território” foi mediada pela mestranda em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio e servidora do TJRJ Abab Nino. Depois, a advogada e coordenadora da Frente de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Leilane Reis, explicou o que é racismo ambiental e os seus efeitos sociais. Em seguida, a palestrante Mona Lima complementou a conversa, lendo a música “A Carne”, da Elza Soares.  

A segunda palestra foi mediada pela servidora Abab Nino (ao centro) e ministrada pela Leilane Rei (à esquerda) e Mona Lima (à direita) 

A segunda palestra foi mediada pela servidora Abab Nino (ao centro) e ministrada pela Leilane Rei (à esquerda) e Mona Lima (à direita) 
 
“Entre o Direito e Literatura: O que Carolina de Jesus pode nos dizer hoje?” 
 
Mediada pela servidora do Judiciário fluminense Ísis Saint Clair, a palestra “Entre o Direito e Literatura: O que Carolina de Jesus pode nos dizer hoje?” recebeu a artista e professora Jack Rocha e a doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Fernanda Felisberto para apresentarem a vida da escritora Carolina Maria de Jesus e suas obras “Quarto de Despejo” e “Casa de Alvenaria”. 
 
Durante o evento, os participantes conheceram o espaço do Muhcab e a feira de bebidas e comidas e, ao final, puderam participar de uma roda de capoeira da Federação Fluminense.

A última mesa foi mediada pela servidora Ísis Saint’Clair (ao centro) e palestrada por Fernanda Felisberto (à esquerda) e Jack Rocha (à direita) 

A última mesa foi mediada pela servidora Ísis Saint’Clair (ao centro) e palestrada por Fernanda Felisberto (à esquerda) e Jack Rocha (à direita) 

O evento contou com a parceria da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (Cevenb/OAB), representado pelo presidente da Cevenb, Humberto Adami, e pela idealizadora da Cartilha dos Direitos dos Povos de Matrizes Africanas, a integrante Ialaxé Arethuza Dória ; da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj); do  Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, do Museu da História e da Cultura Afro-brasileira (Muhcab); do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara); da Visit Rio e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.

KB/ SF

Fotos: Rafael Oliveira/TJRJ