Programa de Cultivo da Memória promove seminário sobre ditadura, memória e Justiça
O Programa de Cultivo da Memória realizou um seminário sobre ditadura, memória e Justiça para estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) na última terça-feira, dia 26 de agosto, na universidade. O programa pertence ao Núcleo de Atenção e Promoção à Justiça Social (Napjus) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e tem por objetivo promover palestras baseadas nas pesquisas de preservação do patrimônio histórico do Poder Judiciário, realizadas pelo Departamento de Gestão de Acervos Arquivísticos (Degea), do TJRJ. O seminário foi realizado em parceria com o Programa de Educação Tutorial de Direito da PUC-Rio.
O evento foi aberto pela palestra “Arquivos como fonte de pesquisa: papel do Arquivo Central do TJRJ na produção do conhecimento”, que apresentou parte dos trabalhos desenvolvidos no Arquivo Central, voltados à preservação do patrimônio documental e à sua valorização como fonte de conhecimento sobre a história da Justiça e da sociedade. A mesa foi ministrada pelo diretor da Divisão de Gestão de Documentos do Departamento de Gestão de Acervos Arquivísticos, Gilberto Cardoso; pela historiadora e integrante do Grupo de Pesquisa Histórica do Arquivo Central Juliana Batista; e pela integrante do laboratório de pesquisa Antigo Regime nos Trópicos (ART), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jessica Siqueira.
A mesa “O GPH e a pesquisa sobre agentes do Estado perseguidos e ativistas políticos na ditadura militar brasileira”, ministrada pelas pesquisadoras em história do Arquivo Central Lara Rodrigues, Alessandra Elias e Maria Eduarda Gralato, apresentou o Grupo de Pesquisa Histórica (GPH), sua metodologia e os resultados sobre a ditadura militar no Brasil, destacando o papel do Judiciário no regime e um caso emblemático de perseguição a um magistrado. Já na terceira palestra, a jornalista, escritora e autora do livro “Crime sem Castigo”, Juliana Dal Piva, apresentou a obra, que retrata os crimes cometidos por militares durante a ditadura, ao lado da doutora em Direito pela PUC-Rio Andrea Schettini, que conversou sobre os aspectos da ditadura sob a luz do Direito.
O diretor Gilberto Cardoso explicou a importância da preservação de documentos para a memória do Judiciário. "O Arquivo Central guarda um total de 33 milhões de processos judiciais, sendo 8 milhões deles de processos históricos e permanentes – muitos deles ainda inexplorados, inclusive processos do século XVIII e XIX. É nesse universo de documentos que os profissionais do Grupo de Pesquisa Histórica mergulham: um trabalho que começa na pesquisa intelectual, vai até a retirada física do volume da caixa e sua avaliação, sempre com técnica, atenção e profundo respeito à história e à memória institucional que esses documentos representam. Assim foi possível realizar a pesquisa sobre a ditadura militar que revelou processos do período nunca antes divulgados e que, agora, poderão ser acessados por pesquisadores", concluiu.
KB/ SF