“Museu é Arte & Educação” recebe artista Jef Rodriguez
O Museu da Justiça de Niterói recebeu, na tarde da quarta-feira, 20 de agosto, o MC, DJ, compositor, vocalista e arte-educador Jef Rodriguez para participar do 12° episódio do projeto “Museu é Arte & Educação”, que, mensalmente, convida profissionais dessas áreas para refletir sobre questões da sociedade contemporânea e compartilhar suas experiências.
Nascido no norte da Bahia, Jef cresceu com a influência dos discos de vinil que tocavam em sua casa, mas foram os amigos e primos os responsáveis por apresentar novos ritmos ao rapaz, como o funk carioca. A partir dali, Jef se interessou de vez pela música e descobriu no hip-hop uma nova filosofia para encarar os desafios da vida.
Para um jovem que via a escola como obrigação, o gosto pela arte abriu um novo olhar.
“O rap foi o que me fez desenvolver senso crítico. E, por gostar da música, da densidade sonora, eu também passei a gostar das letras e, com isso, comecei a enxergar a escola de outra maneira. Os meus ídolos no hip-hop me colocaram na direção do conhecimento e me transformaram em quem eu sou hoje”, afirmou o artista.
Embora seu sonho na época fosse se tornar DJ, Jef não possuía os equipamentos necessários e passou a se reunir com colegas para ouvir novas canções e também criar suas próprias composições. E foi na escola, em um projeto desenvolvido durante uma aula de artes, que teve a primeira oportunidade de subir em um palco e também de ganhar um ponto extra nas outras disciplinas. Daquele dia em diante, resolveu que ali seria seu lugar.
Com seu talento, Jef Rodriguez fundou a banda OQuadro, que alcançou o sucesso nacional e realizou três turnês pela Europa misturando o rap e a música afro-brasileira. O primeiro álbum de estúdio, que também carrega o nome do grupo, foi lançado em 2012 e contou com a participação do músico Guilherme Arantes. O reconhecimento abriu portas para parcerias com artistas como Emicida e BNegão, além de músicas que integraram a trilha sonora da novela “Segundo Sol”, da TV Globo, em 2018, e da série “Velozes e Furiosos: Espiões do Asfalto”, da Netflix.
Além da formação em Filosofia pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e em Artes, pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Jef reconhece o incentivo de sua professora, ainda na escola, como um empurrão para a carreira artística. E faz questão de enaltecer o caráter educativo que a música e outras manifestações possuem no âmbito educacional.
“Educação e arte também são sensibilidade. E a arte abre a possibilidade para que as pessoas possam se expressar, servindo como um lugar de escape. Talvez, até mesmo os problemas de violência poderiam ser resolvidos se todos pudessem acessar esses lugares”, finalizou o músico.
PB/IA