‘Semana do Bebê Degase 2025’ debate gênero, parentalidade e infância no TJRJ

Compuseram a mesa de abertura: especialista em saúde e Primeira infância – Unicef Tatiana Dias Martinewski; a diretora da Escola de Gestão Socioeducativa do Degase, Simone Alves; a presidente do Comitê de Primeira Infância, juíza Raquel Santos Pereira Chrispino, a coordenadora de Saúde do Degase, Eliana Lobo,

O Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), em parceria com o Comitê Gestor da Primeira Infância (CGEPI) e com o Núcleo de Atenção e  Promoção dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa Idosa (Nucapi) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) promoveu,  nesta quinta-feira, 7 de agosto, a “Semana do Bebê Degase 2025-  Repensando Gênero, parentalidade e infância”.

O evento, realizado no Auditório Desembargador José Navega Cretton, do TJRJ, foi aberto pela juíza Raquel Santos Pereira Chrispino, presidente do Comitê Gestor da Primeira Infância do TJRJ.

A magistrada ressaltou a importância do evento e lembrou a parceria da Semana do Bebê, movimento nacional promovido pelo Fundo das Nacões Unidas para a Infância - Unicef, quando, há dez anos, realizou uma ação na unidade materno-infantil do presídio feminino Talavera Bruce, em Bangu. “Lembro que eu estava à frente da Comissão da Infância do tribunal e 25 mulheres com seus bebês denunciaram para mim que seus benefícios de execução penal estavam atrasados. E, a partir daí, nós começamos a pensar um sistema que conectasse o juiz da infância com o juiz da Vara de Eecuções Penais”, contou.

Parceria e avanços

A magistrada lembrou também de uma parceria com o Degase, na Comissão da Infância do TJRJ, para que o Sistema de Identificação e Informação de Adolescentes (Siiad) não fosse um sistema morto. “Falei essas duas histórias para mostrar que hoje estamos conversando sobre uma coisa muito mais elaborada, muito mais complexa. Que bom que a gente tem hoje um Degase muito mais aberto e que fortaleçamos nossa parceria”, disse Raquel Chrispino.

A aula inaugural foi citada pela juíza como forma de fortalecimento e avanço nas parcerias das instituições com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em prol de uma sociedade mais igualitária.

Mesa de abertura

A mesa de abertura da “Semana Bebê Degase 2025” foi formada pela juíza Raquel Chrispino; pela coordenadora de saúde do Degase, Eliana Lobo, que representou o diretor-geral da instituição, Victor Poubel; pela pedagoga e diretora da Escola de Gestão socioeducativa Paulo Freire, Simone Alves; e pela especialista em Saúde e Primeira Infância do Unicef, Tatiana Dias Martinewski.

Logo depois, foi formada uma mesa redonda, que teve a mediação da doutora e mestre em Psicologia pela UFF, psicóloga do Núcleo de Atenção e Promoção dos Direitos da Criança, do Adolescente e da Pessoa Idosa (Nucapi) do TJRJ e professora do curso de Especialização em Psicologia Jurídica da PUC-RJ, Eliana Olinda Alves, que agradeceu a todos pela presença e por todos que trabalharam para a realização do evento.

O desenvolvimento cerebral dos bebês, a infância e a primeira infância antirracista foram alguns dos temas abordados na palestra da especialista em Desenvolvimento Infantil na Primeira Infância no Unicef Brasil e do Programa Infância Antirracista (PIA) do Unicef, Maíra Silva.

Dados mostram racismo e risco maior de morte

Dados como os envolvendo jovens negros foram apresentados na palestra da representante do Unicef. 

Segundo Maíra Silva, um menino negro de até 19 anos tem quatro vezes mais chances de ser assassinado do que um branco e 21 vezes mais do que uma menina branca da mesma idade.

A importância de a sociedade repensar o racismo e a identidade de gênero também foram discutidos. Dados levantados pelo Degase revelaram a internação de jovens cisgênero, transmasculinos e transfeminias e a necessidade de acolhimento adequado e respeito ao gênero de cada um que cumpre medidas socioeducativas no Degase.

Participaram ainda dos debates e da mesa redonda no evento “Semana do Bebê Degase – Repensando Gênero, parentalidade e infância”, o enfermeiro pela UFRJ, especialista em enfermagem Neonatal pela UniRio, membro do Comitê Vida pela Valorização da Paternidade Consciente da Secretaria municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Márcio Luiz Ferreira; e a psicóloga e diretora técnica no Sistema Socioeducativo do Degase, atuando em unidade feminina de privação de liberdade e pós-graduada em Filosofia Contemporânea, Valéria de Leoni Ramos Dutra.

PF/MB

Fotos: Brunno Dantas/TJRJ