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Os meninos do dedo verde do TJRJ
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 05/06/2025 11:43

Todos têm histórias de vida parecidas, mas cada uma com suas peculiaridades. 

Mas o que Alexander, Anderson, Antônio, Edson, Leandro e Luiz têm em comum? 

Eles formam o “time verde” do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e carregam no peito o orgulho de manterem vivas as plantas, os jardins e o verde que cercam todo o complexo do Poder Judiciário Fluminense, no Centro do Rio. 

Nesse Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, nada mais justo que homenagear esses cuidadores do verde que plantam mais do que mudas e regam, com sabedoria, o respeito e o amor ao meio ambiente. 

 Uma tropa cheia de sonhos*

Essa tropa, que entra nas salas, nos gabinetes dos magistrados, servidores e colaboradores todos os dias são os jardineiros e auxiliares de jardinagem que fazem do nosso ambiente de trabalho um lugar melhor. Certamente, andam mais de 10 quilômetros por dia ao percorrerem, a cada jornada, mais 200 salas e gabinetes. 

O sonho de um não é diferente dos outros. Todos, ainda muito jovens, começaram a trabalhar em diferentes funções: auxiliar de serviços gerais, auxiliar de pedreiro, entregador em empresa de turismo, limpeza, oficina mecânica. Mas é o contato com a natureza que os encanta e os faz querer crescer na profissão.  

Ter uma casa própria, um jardim, dar uma oportunidade para que os filhos alcancem seus objetivos e tenham curso superior, assim como o respeito ao meio ambiente, o cultivo de mais verde, menos poluição, respeito aos animais, fazem parte dos desejos dos jardineiros e auxiliares do TJRJ. Sonhos que esperam concretizar e ensinar aos mais jovens a ter mais amor à natureza. 

Morador de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Leandro Carlos de Souza, de 38 anos, diz o que não pode faltar em uma casa: acolhimento e ter, nem que seja pequeno, um lugar para cultivar plantas e flores. E ele conseguiu. “Eu já trabalhei em limpeza, numa empresa em Botafogo. Mas, há seis anos, desde que entrei para trabalhar no Tribunal, posso dizer que, hoje, sou um homem mais feliz. Tenho meu pequeno jardim e cuido dele sempre. O homem está destruindo, desmatando as florestas e pagamos um preço alto por isso”, diz Leandro. 

Plantando conhecimento

A frase “cada um colhe o que planta” é atribuída ao filósofo Cícero, que viveu de 106 a 46 antes de Cristo. E esses homens, que podem parecer singelos, plantam seus conhecimentos a cada muda que cuidam e regam. Os nomes das plantas cultivadas no TJRJ estão na ponta da língua: tem a árvore da felicidade, o café-de-salão, a comedórea-bambu, a dracena bambu, a jiboia veriegata, o lírio-da-paz, a pleomele verde e tantas outras.  

E, como ninguém é de ferro, quando pergunto se ninguém pede as plantas "comigo-ninguém-pode" e "espada de São Jorge", a gargalhada é geral. Isso porque, ultimamente, os pedidos têm sido mais frequentes. Afinal, elas são consideradas verdadeiros amuletos de proteção contra energias negativas, mau-olhado e inveja. 

Há 20 anos descobriu o seu ofício

Anderson de Oliveira Marques, de 41 anos, descobriu seu ofício quando foi chamado para capinar um terreno.  Ao ver pequenas mudas no chão da terra, parou de capinar e começou a limpar o terreno com as mãos para não danificar com a enxada as mudas que iriam crescer. Estava selado, há 20 anos, seu amor pelo ofício. Hoje, ele é um dos jardineiros do TJRJ. 

Aos 62 anos, Antônio Nunes Xavier é o mais velho da turma. Pai de Gabriel e Alex, respectivamente com 31 e 23 anos, ele sonha em ter seu cantinho próprio e crescer na profissão, passando de auxiliar de jardinagem a jardineiro, profissão que pratica há cinco anos. Conta ter o maior orgulho de cuidar de plantas e diz que a esposa Ana Cristina tem mãos de fada e, em tudo que bota a mão, cresce no pequeno jardim que tem em Deodoro, na Zona Oeste da cidade. 

Pai de Maria Eduarda, de 13 anos, e Miguel, de nove, Luiz Eduardo Teixeira, é jardineiro há oito anos e não cansa de dizer que o seu amor pelas plantas é enorme: “Eu sou nascido e criado na Ilha do Governador, um bairro que já foi mais arborizado. Não escondo de ninguém o amor que tenho pela natureza. Toda casa deveria ter um jardim e um pouco de verde. Não importa se num pequeno vaso. E, no meu pequenino jardim, tem que ter flor, que é um símbolo de amor”, conta Luiz com os olhos brilhando. O entusiasmo dele é o mesmo, desde que começou há oito anos no Poder Judiciário fluminense. 

E esse orgulho e carinho pelo que se faz é o que move também Alexsander Rosa dos Passos, de 43 anos, e Edson Alves Pinheiro, de 42 anos. 

“A jardinagem é um desafio diário. Você planta a semente e é um processo evolutivo. Tem que cuidar, olhar e entender... É assim com as minhas filhas Mellani, de 12 anos e Maria Clara, de cinco. Temos que regar todo dia esse amor. Gosto muito do que faço e quero me aprimorar a cada dia na profissão. E esse amor pela natureza, me faz seguir em frente em busca de sonhos “, reflete Edson. 

No comando

No comando do time verde do TJRJ estão peças fundamentais para o funcionamento da engrenagem: a supervisora da equipe Lilian Goretti Cunha Trajano; o analista da Divisão de Administração do Fórum Central (Difor), Nader Zaidan; e o engenheiro agrônomo Guilherme Henrique Mariano Rigueira. “Eles fazem tudo para dar certo e ficam muito orgulhosos quando são reconhecidos e recebem elogios. Parecem meninos de tão felizes. Enxergo isso como o amor que eles têm pelo trabalho”, conta Lilian.

Já o engenheiro agrônomo não esconde o orgulho que sente da equipe de jardinagem do TJRJ: “Nosso acervo é de aproximadamente 2 mil plantas distribuídas pelo complexo do judiciário. E a equipe é coesa, amiga e responsável. Apesar do grande volume de trabalho, eles exercem suas funções com maestria e carinho, muito carinho”.

Já Nader, não mede elogios para a turma: “Eles são meninos de ouro. Estou aqui no Tribunal há 20 anos e só tenho elogios a essa equipe que trabalha com amor, dedicação e carinho. Não temos nenhum trabalho com eles. E me deixa muito feliz fazer parte dessa equipe também”, frisa Nader Zaidan.

Mensagens para o Dia Mundial do Meio Ambiente

Para comemorar o Dia Mundial do Meio Ambiente, pedimos uma declaração para alguns dos homenageados e o que eles gostariam de deixar registrado. 

Luiz: “Se você quer um mundo melhor, cuide da natureza!” 

Antônio: “O homem está destruindo a natureza. Se tivesse mais amor, não estaríamos com tantas queimadas e nessa situação. O homem está acabando com tudo. Espero que as autoridades olhem pelo nosso planeta “. 

Edson: ”Que nós possamos construir o futuro, cuidando do hoje; por que se nós não cuidarmos do hoje, não vamos ter um futuro”.  

PF/MB 

Fotos Brunno Dantas/TJRJ