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Casamento Comunitário do TJRJ une 48 casais e transforma histórias de união em sonhos
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 28/05/2025 14:06

A imagem mostra um casal sentado cada um de um lado de uma mesa e o homem beijando a mão da mulher. Ao fundo, são observados por outras duas pessoas.

Luiz Henrique beija a mão da, agora, esposa Natália após a celebração do casamento no plenário do antigo Tribunal do Júri
 

O cenário de tantos julgamentos históricos se transformou em palco de celebração e alegria para 48 casais que disseram o tão esperado “sim”. O momento, para alguns, significou o fim de uma espera de mais de mais de 25 anos.

O plenário do antigo Tribunal do Júri, no Museu da Justiça, transformou em realidade, na manhã desta quarta-feira (28 de maio), o sonho de 96 pessoas que se uniram através do Casamento Comunitário, promovido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Aparecida e Reinaldo: uma espera de 25 anos

Há 25 anos, Maria Aparecida da Silva conheceu Reinaldo num posto de gasolina. Ela trabalhava no restaurante do local e ele fazia suas paradas como caminhoneiro.

Aparecida namorava o gerente do restaurante, mas se apaixonou por Reinaldo e saiu do restaurante para namorar Reinaldo. Foi amor à primeira vista. Agora, casados, eles escrevem uma nova etapa da vida, aos 50 anos, já com filhos e netos: a união celebrada pela Justiça e a garantia de direitos com a oficialização do casamento.

Felicidade e alegria também para os magistrados

 

A imagem mostra o plenário do antigo Tribunal do Júri com juízes e servidores ao fundo e a plateia lotada de casais.

O plenário do antigo Tribunal do Júri foi o cenário dos casamentos realizados pelo TJRJ nesta quarta-feira (28 de maio)
 

Acostumados com uma rotina pesada em que muitas vezes apenas uma das partes envolvidas em audiências, processos e julgamentos, sai satisfeita, a juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, disse o quanto essas uniões são importantes para garantia dos direitos dos casais.

“Essa união para os casais é importante para regularizar a situação perante a sociedade. As pessoas vivem em união estável às vezes muitos anos e receiam do falecimento de um ou do outro, do recebimento de uma pensão, o que gera muita instabilidade, seja emocional ou jurídica”, disse a magistrada. Para ela, o papel do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em promover o Casamento Comunitário é muito importante, uma vez que a Justiça se aproxima das pessoas com acolhimento.

A juíza Lysia Trindade também falou de sua alegria em celebrar essas uniões para pessoas que não têm condições financeiras para regularizar sua situação e encontram no programa da Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS) do TJRJ a oportunidade de concretizar o sonho do casamento. “Para mim, como juíza, é uma felicidade. Nem sempre a gente tem a oportunidade na nossa vida profissional de ver as pessoas saindo felizes. Normalmente, só vemos uma parte feliz. Nesse caso, todos saem felizes”, afirmou a juíza, que celebrou dezenas de casamentos, com um sorriso no rosto.

Ao oficializar a união de Thais Hayelen Lopes Mariano, de 27 anos, e Carolina Ferreira da Silva, de 29 anos, a juíza Florentina Ferreira Bruzzi Porto, se levantou, pediu que as noivas repetissem o juramento de fidelidade e amor e falassem palavras uma para a outra.  A emoção tomou conta não só das noivas. Mas de todos na sala, sendo, sem dúvida, um momento marcante e emocionante da cerimônia.

A magistrada também falou da alegria em celebrar os casamentos dentro do projeto Casamento Comunitário. Como juíza de Vara de Família, Florentina Ferreira Bruzzi, não escondia a felicidade em celebrar a união de tantos casais: “É muito gratificante celebrar essas uniões e ver a alegria dos casais em legalizar a situação deles junto à sociedade. Para eles, é um momento único e, para mim, também. Fico muito feliz porque nem sempre como magistrada temos a oportunidade de compartilhar a felicidade, principalmente, porque sou juíza de Vara de Família e costumo fazer muitos divórcios e não compartilho felicidade e, aqui, sim”.

Thaís e Carolina se conheceram em um aplicativo de redes sociais e tiveram pressa em selar a união: “nos conhecemos em 2022, um mês depois já conhecíamos nossas famílias, fomos morar juntas dez dias depois do primeiro encontro e, hoje, nos casamos”, contou a noiva Thais, visivelmente emocionada.

O casal Thaís Hayelen e Carolina da Silva aproveitou a oportunidade para oficializar a união 

Histórias de vida em sonhos

Transformar histórias da vida em sonhos. Esse é o sentimento de todos que estavam presentes na celebração, comandada pelos juízes Antônio Luiz da Fonseca Lucchese, Florentina Ferreira Bruzzi Porto, Gilberto de Mello Abdelhay Júnior e Lysia Maria da Rocha Mesquita.

Na cerimônia de abertura do Casamento Comunitário, ao som do coral “Amigos do Tribunal”, comandando pelo maestro Wellington Ferreira, o juiz Antônio Lucchese e o diretor-geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social do TJRJ, Carlos Eduardo Menezes da Costa, saudaram os noivos e desejaram felicidades na nova etapa da vida.

A cerimônia contou com a parceria da Associação Beneficiente dos Amigos do TJRJ (ABATERJ), que doou as flores, da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e do SENAC, que preparou o bolo e cedeu as fotos para os noivos. 

Enquanto uns partiram para uma celebração especial, a noiva Natália da Silva Jardim tentava convencer o, agora, marido Luiz Henrique Dias a sair para comemorar. “Não vai ficar em casa hoje não! Vamos comemorar nem que a gente brinde com um refrigerante e um pastel. Hoje, nossa relação tem outro começo. Se anima”, dizia Natália para o marido, que estava às gargalhadas ao receber “ordens” da esposa. No final, era tudo brincadeira e todos saíram para comemorar a nova fase da vida a dois.

PF/MB
Fotos: Brunno Dantas/TJRJ