Feira Orgânica dá destaque aos povos de matriz indígena
Indígenas Txow-tata e Setosokaka participam da Feira Orgânica e Natural da SGSUS
Nesta terça-feira (1º/4), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro promoveu mais uma edição da Feira Orgânica e Natural, realizada pela Secretaria Geral de Sustentabilidade e Responsabilidade Social (SGSUS), em parceria com a Associação de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (ABIO). Das 9h às 15h, quem passou pela entrada da Lâmina I na Rua Dom Manuel teve a oportunidade de adquirir produtos artesanais, além de alimentos leves e caseiros.
Esta edição deu destaque ao Dia dos Povos Indígenas, que será celebrado em 19 de abril. A data tem como principais propósitos celebrar a diversidade de culturas dos povos indígenas brasileiros, combater preconceitos contra eles e promover reflexões sobre a importância para a proteção e preservação ambiental.
Assim, o evento teve a participação de dois membros da tribo Fulni-ô, localizada no município de Águas Belas, situado a 273 quilômetros da capital do estado de Pernambuco. Ainda com relação à tribo, se tratam dos únicos povos indígenas do Nordeste a preservar o idioma nativo, o Yathé, além de suas tradições e seus rituais.
Txow-Tata, que, traduzindo, significa “ancião que fala”, conta que já vem ao Rio de Janeiro desde 2014 para fazer apresentações em colégios, realizar pajelanças e participar de feiras culturais. Está sendo a segunda vez que ele expõe seus artesanatos no Palácio da Justiça.
“Quando dá essa época de final de março para início de abril, a gente sai lá da nossa aldeia para vir para cidade de vocês. Não só pro Rio de Janeiro, mas pra Brasília, pra outras cidades do Brasil inteiro, para divulgar a nossa cultura e vender os nossos artesanatos. Porque, como lá na nossa região é caatinga, não dá mais pra gente sobreviver como a gente sobrevivia antes, que era de plantação “, completa o membro dos Fulni-ô.
A feira também trouxe uma variedade de produtos e alimentos artesanais. Rosângela Pereira se especializa em amigurumi, uma técnica japonesa de crochê para fazer pequenos bonecos, objetos e formas tridimensionais e elogiou o ambiente da feira: “O pessoal daqui é super gente boa, eu tenho clientes do ano passado, mesmo durante um tempinho que eu fiquei sem vir, eles entraram em contato, continuei vendendo pra eles, é uma clientela muito boa de se trabalhar”.
Outra pessoa que participa da feira desde 2024 é Suelen de Araújo. Ela possui uma barraca de lanches saudáveis, como saladas de frutas, e fala que um dos principais benefícios deste evento é a visibilidade que ele proporciona.
“Quando você faz a primeira feira, você acaba tendo aquele medo das pessoas não voltarem. Mas, se você vier, fazendo a sua constância, vindo a todas as feiras direitinho, você acaba criando fidelidade com os seus clientes e acaba criando um vínculo. E é muito legal esse vínculo que você cria com a própria feira”, afirma Suelen.
VM*
*Estagiário com supervisão de MB.
Foto: Brunno Dantas/TJRJ