Peça ‘Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca’ estreia no CCPJ dia 18 de março
Na foto, a atriz Ana Barroso em atuação, no papel de Isabel, mulher que vive no século XVIII e acaba enclausurada num convento por defender uma amiga que engravida fora do casamento
O Centro Cultural do Poder Judiciário Estadual (CCPJ) receberá a montagem da peça "Isabel das Santas Virgens e sua Carta à Rainha Louca", que será apresentada nos dias 18, 19, 25 e 26 de março e 1º e 2 de abril, sempre às 18h. A encenação, especialmente selecionada para marcar o início de uma nova fase no CCPJ, acontecerá na Sala Multiuso, localizada no prédio Desembargador Caetano Pinto de Miranda Montenegro, na Rua Dom Manuel 29, e tem entrada gratuita.
Inspirada no romance “Carta à Rainha Louca” de Maria Valéria Rezende, vencedor do Prêmio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa e finalista do Prêmio Jabuti 2020, a trama é encenada pela atriz Ana Barroso e dirigida por Fernando Philbert. O texto conta a história de Isabel, uma mulher do final do século XVIII que, ao defender a amiga sinhazinha com quem convive e que engravida fora do casamento, acaba enclausurada no convento do Recolhimento da Conceição, em Olinda, Pernambuco.
Acusada de loucura e rebeldia, ela tenta, através da carta, se comunicar com a Rainha Maria I de Portugal, conhecida como a Rainha Louca, com quem se sente irmanada na opressão pelo mundo dos homens, e de quem espera receber clemência e liberdade. Entre perdas e amores proibidos, a saga de Isabel passa por períodos em que assumiu uma identidade masculina para conseguir viver da única coisa que sabia fazer: ler e escrever.
“É uma peça que tem muita relação com a mulher, com os sofrimentos femininos, com a violência contra a mulher, mas também com a questão da Justiça, com o devido processo legal e ampla defesa”, diz a coordenadora do CCPJ, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, ao falar sobre a montagem escolhida para inaugurar o Centro Cultural e dos projetos pensados para ele.
Editais para montagens teatrais e pesquisas
De acordo com a desembargadora, a ideia da Presidência do Tribunal de Justiça do Rio é fazer com que o Centro Cultural do Poder Judiciário Estadual funcione de maneira semelhante ao Centro Cultural da Justiça Federal, que é um espaço de cultura, de teatro e de cinema.
“O objetivo é que nós possamos apresentar peças de teatro que tenham ligação direta com a Justiça, com o Poder Judiciário, que falem sobre leis e direitos e que permitam, na verdade, nessa cultura mais audiovisual, um alargamento das fronteiras do conhecimento da magistratura e dos nossos servidores e de todos aqueles que trabalham e funcionam dentro do Tribunal de Justiça do Rio”, explicou.
Num primeiro momento, a pretensão, segundo a coordenadora do CCPJ, é buscar peças do mercado, que já estão sendo encenadas. Logo a seguir serão lançados editais para projetos novos de peças que tenham ligação com os valores da Justiça, como a questão da ética, da moral, da lei, dos julgamentos imparciais, da probidade administrativa e da legalidade.
O Centro Cultual contará ainda com um observatório de pesquisas acadêmicas, que vai levar o nome do desembargador Felipe de Miranda Rosa. O propósito é fazer dele um centro de pesquisas de ciências humanas.
“Vamos ter pesquisas sobre cultura e arte, antropologia, sociologia e Poder Judiciário, psicanálise e psicologia, meio ambiente e clima e, finalmente, tecnologia da informação. Tudo ligado ao Poder Judiciário, não ligado ao direito e à lei, porque essa pesquisa sobre direito, lei, sobre as funcionalidades do Judiciário, compete à Escola da Magistratura”, assinalou a coordenadora do CCPJ.
Segundo a magistrada, os projetos de pesquisa também serão selecionados através de edital. E os resultados das pesquisas acadêmicas vão subsidiar com informações mais consistentes a administração do Poder Judiciário.
Num primeiro momento o CCPJ vai utilizar a Sala Multiuso para a apresentação das peças. A sala, apesar de bem equipada, com som, luz e cadeiras confortáveis, tem capacidade para 60 pessoas.
“Vamos usar o que nós temos. Os editais vão ter um orçamento restrito. E temos tudo bem organizado nesse primeiro momento para que aquilo que a gente trouxer para se apresentar na Sala Multiuso seja muito bom a nível teatral, a nível de mercado, mas que ao mesmo tempo seja econômico e dinamize esse espaço. E essa sala é uma pérola”, disse a coordenadora, ao destacar o apoio do desembargador Ricardo Couto, presidente do Tribunal de Justiça; da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), e da juíza auxiliar Paula Feteira.
As encenações e todas as outras atividades do Centro Cultural, que incluirão cinema e música, serão sempre às terças e quartas, com entrada franca. Clique aqui para acessar o link da inscrição.
AB/FS