Autofit Section
DO DIREITO À LITERATURA - Sarau do Museu – Poesia, a mais completa tradução
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 27/09/2023 11:44

“Como na troca de cartas/ que não chegam ao destino/ algo no corpo escapa & volta/ além dos selos quase asa/ em pleno voo em pluma falsa/ ou salamandra ardendo/ sobre o manto branco/ das geadas algo no corpo/ salta & nega & assim sela/ (...) / reaparece pela mata/ em pisco de vaga-lumes/ faísca sobre pedras/ algo no corpo estala/ a madeira dos galhos/ se rompendo na noite/ desprovida de ventos/ vida explode em tudo/ que é sagrado algo resvala/ e vela seu vazio anunciado/ algo no corpo espera”

Trechos do poema do livro carvão :: capim (2018), de Guilherme Gontijo Flores.

O Museu da Justiça, com o intuito de promover a leitura de poesia, realizará a 35ª Edição do Sarau do Museu – Poesia, a mais completa tradução, em formato virtual, no dia 27 de setembro de 2023, às 17h, como mais um dos desdobramentos do programa Do Direito à Literatura – Encontros Literários Interdisciplinares, série de ações que têm como objetivo buscar aproximações entre o Direito e as demais Humanidades. Nesta edição, celebraremos o Dia Mundial do Tradutor – comemorado no próximo dia 30 de setembro –, homenageando o poeta, tradutor, ensaísta e professor de latim na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guilherme Gontijo Flores. Doutor em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo (USP), é mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Pós-Doutor pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Araraquara. Publicou nove livros de poemas, dentre eles: brasa enganosa (2013); carvão :: capim (2018, finalista do Prêmio Rio de Literatura); Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020, poesia reunida) e Potlatch (2022), além do romance História de Joia (2019). Tradutor experiente e bastante premiado, lançou, dentre outros, A anatomia da melancolia (em 4 volumes, entre 2011 e 2013), de Robert Burton, obra vencedora dos prêmios Jabuti e APCA de tradução; Elegias de Sexto Propércio (2014, Prêmio Paulo Rónai de Tradução, da Biblioteca Nacional); Fragmentos   de Safo (2017, Prêmio APCA de Tradução); Ar-reverso, de Paul Celan (2021), e, mais recentemente, as Obras completas de François Rabelais. Foi coeditor do blog e revista escamandro. Neste ano de 2023, está lançando um novo livro de ensaio, Que sabe de si: o híbrido, a memória, a fúria, e uma nova e arrojada tradução: Seu dedo é flor de lótus – Poemas de amor do Antigo Egito.

O encontro contará com as participações do homenageado e de Prisca Agustoni, poeta, tradutora e professora de Literaturas Italiana e Comparada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Prisca nasceu na Suíça italiana e, desde 2002, mora no Brasil, em Juiz de Fora (MG). Doutora em Letras e Linguística pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), é Pós-Doutora pela Universitá della Svizzera Italiana (USI, Suíça). Escreve e se autotraduz em italiano, francês e português, fazendo desse lugar intersticial entre as línguas e as culturas seu motor de criação e de pesquisa acadêmica. Estreou na poesia em 2001, com Inventário de vozes / inventario di voci (ed. bilíngue), ao qual se seguiram várias obras, nas três línguas, entre as quais: le déni (Genebra, 2012); Casa dos ossos (2017, semifinalista do Prêmio Oceanos); O mundo mutilado (2020, finalista do Prêmio Jabuti) e Lingua sommersa (Milão, 2021). Em 2022, lançou os livros O gosto amargo dos metais (Prêmio Cidade de Belo Horizonte de Poesia) e Entre o que brilha e o que arde. Participará, ainda, o professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Gustavo Silveira Ribeiro. Doutor em Estudos Literários pela UFMG, com período sanduíche na Universidade Nova de Lisboa, Gustavo é Pós-Doutor pela Universidade de Lisboa, onde também é professor visitante. É um dos editores da Ouriço – revista de poesia e crítica cultural

 O evento conta com o apoio das equipes de Produção e do Educativo do Museu da Justiça, além da coordenação e mediação de Ricardo Vieira Lima e W. B. Lemos. Ricardo é poeta, crítico literário e jornalista. Doutor em Literatura Brasileira pela UFRJ e Editor-Assistente da revista Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea (UFRJ), organizou e prefaciou os livros: Anos 80, da coleção Roteiro da Poesia Brasileira (2010), e Poesia completa, de Ivan Junqueira (2019). Seu livro Aríete – poemas escolhidos (2021) ganhou os Prêmios Ivan Junqueira, da Academia Carioca de Letras (ACL), e Jorge Fernandes, da União Brasileira de Escritores – Seção Rio de Janeiro (UBE-RJ). Já Lemos é Doutor em Literatura Comparada pela UERJ e integrante do corpo de instrutores da ESAJ. Publicou, em 2014, o livro Rasga-mortalha – poemas dos outros, vencedor do Prêmio de Poesia Ivan Junqueira, da UBE-RJ.

Além de conversar com os convidados, a audiência poderá ler poemas do homenageado, bem como os de sua própria autoria, desde que, preferencialmente, dialoguem com a obra e/ou os temas da poesia de Guilherme Gontijo Flores.

O Sarau do Museu prossegue com o objetivo de resgatar a história e atualizar a forma das tradicionais reuniões literárias e musicais cariocas da Belle Époque e do Rio antigo, em que os apreciadores da poesia e da música se reuniam para dizer e ouvir poemas e canções de sua preferência. 

O acesso à sala virtual estará disponível a partir das 16h55min, no dia do evento.

Pedimos aos participantes que entrem na sala virtual com os microfones e câmeras desligados.
27 de setembro de 2023, quarta-feira, às 17h.

Clique no link  para acessar o evento.

Informações: ccmj.agendacultural@tjrj.jus.br
Participação franca
Classificação indicativa: a partir de 14 anos.

Galeria de Imagens