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Liderança de equipes: Como motivar pessoas no serviço público?
Notícia publicada por DECCO-SEDIF em 21/08/2019 15:49

É comum, quando pensamos em liderança, evocarmos a imagem de um indivíduo um tanto quanto heroico, capaz de mobilizar pessoas para a realização de grandes façanhas; porém, se aprofundarmos nossa atenção, podemos perceber em quantas situações cotidianas a presença de uma liderança é fundamental, tais como em nossa escola, nossa igreja e nosso trabalho. Será que essas pessoas, capazes de influenciar nossas vidas de forma tão relevante, simplesmente nasceram dessa forma?

Para Drucker (1996 apud Ramos 2009), realmente existem “líderes natos”, mas esses não existem em número suficiente para todas as situações nas quais a liderança se faz necessária. Ramos[1] ainda destaca que, para adquirir a habilidade de liderança, precisa-se estar motivado, treinar e ter muita disciplina. Assim, dessa forma, qualquer pessoa pode melhorar suas habilidades nessa direção.

A área de Administração há muito se dedica a pesquisar como se desenvolve uma liderança, mas grande parte da produção acadêmica volta-se para a liderança na área de empresas privadas, onde a flexibilidade na escolha das formas de se motivar os colaboradores é vasta. Mas como fazer o mesmo na Administração Pública, onde a necessária regulação do Estado engessa as práticas, dificultando a implantação dos instrumentos motivacionais mais comumente utilizados? Além disso, devido à forma de entrada no serviço público (via concurso), a diversidade de perfis que o gestor encontra em sua equipe é mais intensa do que como ocorre na área privada. Dessa forma, práticas da ação gerencial privada não podem ser simplesmente transplantadas de um universo para outro, pois, como fala Junquilho[2] (2004):

[...] a ação gerencial não se realiza somente por obra de mandamentos formais legais — campo da objetividade —, mas também pela sua conjugação com percepções e valores acerca do mundo que os indivíduos carregam consigo, fruto da sociedade na qual estão inseridos e que proporcionam a construção e reconstrução de “culturas administrativas” (Barbosa, 1999) no seio das organizações.

É importante lembrar que, para além das necessidades básicas comuns a todos nós, cada indivíduo possui dentro de si peculiaridades que o fazem se motivar de formas diversas, portanto, para o gestor de pessoas, e em especial o gestor público, o imprescindível é “entender” de pessoas. De acordo com Kamia[3] (2014), para ser um bom líder é preciso desenvolver habilidades comportamentais que o façam conhecer bem sua equipe e ser capaz de despertar o motivo (razão) de cada um para fazer o seu melhor. Motivar pessoas é um tema muito vasto e que merece um aprofundamento; dessa forma, será abordado nos próximos artigos em nosso Portal do Conhecimento.

Cabe, também, destacar que o Programa de Formação Integral de Gestores que a ESAJ oferece aos diretores das áreas administrativa e jurisdicional vai ao encontro dessa proposta, qual seja, a de formar lideranças com habilidades técnicas e comportamentais para melhor desempenhar suas funções nesse mundo em constante mudança. Clique aqui e acesse os tópicos abordados.

 

[1] RAMOS, M. S.; Estilos de liderança no Poder Judiciário: um estudo no Superior Tribunal de Justiça. Monografia. FACE. PPGA. Brasília, DF, 2009.

[2] Nem “burocrata” nem “novo gerente”: o “caboclo” e os desafios do Plano Diretor de Reforma do Estado no Brasil do real* Gelson Silva Junquilho. RAP Rio de Janeiro 38(1):137-56, Jan./Fev. 2004

[3]KAMIA, Meiry. A importância da motivação no ambiente de trabalho. 2014. Disponível em: <http://www.empregoerenda.com.br/editorias/entrevistas/2218-a- importancia-da-motivacao-no-ambiente-de-trabalho>.

 

HNA/CHC