Acima, entre aspas, o trecho: “A vida é igual um livro. Só depois de ter lido é que sabemos o que encerra. E nós quando estamos no fim da vida é que sabemos como a nossa vida decorreu. A minha tem sido preta. Preta é a minha pele. Preto é o lugar onde eu moro. (retirado do livro “Quarto de despejo, diário de uma favelada”, de Carolina Maria de Jesus). Abaixo, o texto seguinte: Carolina foi escritora, compositora e poeta. Filha de lavradores, recebeu educação formal de apenas dois anos. Na favela, sustentou sua família trabalhando como catadora de papéis, enquanto registrava o dia a dia da comunidade onde morava nos cadernos encontrados no lixo. Um deles, um diário que havia começado em 1955, deu origem a seu livro mais famoso, “Quarto de despejo: diário de uma favelada”, editado em 1960, com o auxílio do jornalista Audálio Dantas, responsável pela descoberta da autora. Traduzida em 14 idiomas, a autora morreu esquecida e pobre. Sua obra circula em mais de 40 países e é tema de estudos, dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em 2021, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) concedeu o título de Doutora Honoris Causa à escritora. Observação: Aqui, nos trechos selecionados, optou-se pela preservação do modo de escrever da autora. Referências bibliográficas: “Clíris: poemas escolhidos” e “Quarto de despejo”, ambos de Carolina Maria de Jesus. O cartaz é todo em preto e branco, tendo, à direita, a imagem de Carolina assinando seu livro “Quarto de despejo” (Reprodução do Arquivo Nacional) – mulher negra, de cabelo curto, de brincos e colar, em traje social, segurando, com a mão direita, uma caneta, e, com a mão esquerda, um livro.

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