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A hora do “sim” em Casamento Comunitário no TJRJ
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 18/11/2022 20:24

Da esquerda para direita: Jorge Carvalho, juíza Anne Cristine Scheele Santos e Ana Maria Alves                                                       Jorge Carvalho e Ana Maria Alves comemoram oficialização da união estável de 45 anos com a juíza Anne Cristine Scheele Santos através do Casamento Comunitário do Deape

 

Após 45 anos mantendo união estável, o casal Ana Maria Alves e Jorge Carvalho, ambos de 66 anos, legalizaram a convivência, na manhã desta sexta-feira (18/11), no Casamento Comunitário promovido pelo no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).  Promovido pelo Departamento de Avaliação e Acompanhamento de Projetos Especiais do TJRJ (Deape), o Casamento Comunitário tem o objetivo de converter uniões estáveis em casamentos – além de regularizar o estado civil de casais hipossuficientes, que já vivem maritalmente, para fins de proteção da família e ampliação das garantias dos direitos patrimoniais, sucessórios e previdenciários. Na cerimônia, foram realizados 60 casamentos.

Histórias não faltam na vida dos noivos Ana Maria Alves e Jorge Carvalho nesses 45 anos e convivência sob o mesmo teto. Jorge cuidou dos 3 filhos dela desde quando eram crianças. A noiva conta que o romance começou dentro do ônibus que ele conduzia como motorista e ela como passageira para se deslocar até o mercado onde trabalhava. Nas idade e voltas entre casa e trabalho surgiu o primeiro flerte que os levou pela estrada da vida. A ideia de concretizar o sonho foi incentivada pela família e por uma servidora para quem ela trabalhava que já conhecia o projeto.

“A ideia de casar é antiga, mas a correria do dia a dia nos fazia adiar a data. Meus filhos adoram o padrasto e insistiam para concretizar a união. Foi através da minha patroa, servidora do tribunal, que me orientou a procurar o TJRJ e nos inscrever. Graças a Deus deu tudo certo. Marcamos, trouxemos os documentos e assinamos a certidão”, disse a noiva.

Jorge ainda está se recuperando de uma cirurgia na coluna, mas não quis adiar mais uma vez a concretização de um sonho.

“Não tem palavras para descrever a emoção. Gostaria de agradecer ao Tribunal de Justiça pela oportunidade com a realização deste evento”, contou.

Para o caminhoneiro Alexandre Bento da Silva Júnior, de 25 anos, e a dona de casa, Quitéria de Arena de Souza Negreiros, de 25 anos, moradores de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, o casamento tem uma causa maior. Ao assinar o compromisso, eles selaram a união no mesmo local que os pais de Alexandre casaram - o noivo com a mesma camisa que o pai usou há 11 anos. Os dois se conheceram através da rede social, estão juntos há seis anos e morando na mesma casa há 4.

“Uma ótima oportunidade dada para nós. Oficializamos este laço que já temos no local em que meus pais casaram. Realizamos um sonho nosso, pois como estamos juntos há algum tempo, e dos meus pais também. Eles agora esperam que meu irmão de 15 anos fique mais velho e também se case aqui no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ)”, revelou Alexandre, após a troca de alianças.

Quitéria explica que está preparada para uma nova etapa da vida.

“Estou feliz por estar casando com o homem que eu amo e me conquistou através da tela do computador”, explicou a noiva.

Os 60 casamentos foram celebrados pela juíza Anne Cristine Scheele Santos, da 2ª Vara Cível de Nilópolis, e pelo juiz Antônio Luiz da Fonsêca Lucchese, da Central de Audiência de Custódia. Para a magistrada, que participa do projeto há cerca de 10 anos, a experiência é gratificante.

“Eu amo fazer os casamentos. Sempre gostei de participar, são muitas histórias, emoção e gratidão. Para as pessoas que estão ali é um sonho que se realiza e acaba que nós fazemos parte daquele momento”, destacou a magistrada.

O juiz Antônio Luiz da Fonsêca Lucchese, que está acostumado a julgar casos que envolvem a área criminal, diz “sim” há seis anos para a união dos casais  ao ser convocado.

“Aqui nós ouvimos o ‘sim’ dos dois lados.  Eu atuo na área criminal, na Audiência de Custódia acompanho casos tristes, presos em flagrante. Sinto-me gratificado em acompanhar momentos de alegria e conhecer a história de vida de cada casal. Esse projeto é muito importante porque resgata a dignidade dessas pessoas carentes e concretiza o sonho de formalizar a união estável em casamento”, completou.

Na solenidade, os contemplados receberam a certidão com o novo estado civil.

As inscrições estão abertas para futuros Casamentos Comunitários pelo e-mail  gabpres.diapp@tjrj.jus.br e pelo telefone (21) 3133-1881.

SV/MB

Foto: Rosane Naylor