Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro
Presidente do TJ recebe integrantes do movimento negro
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Luiz Zveiter, no último dia 22, recebeu, em seu gabinete, integrantes do movimento negro. O grupo foi pedir ao desembargador que haja mais debate sobre a política de cotas no Judiciário fluminense. Marcelo Allencar, ex-governador do estado e simpatizante da causa, também esteve presente ao encontro.
"Fomos pedir o debate dentro do Judiciário porque, para nós, a questão das cotas tem que ser melhor debatida", explicou Renato Ferreira, pesquisador do Laboratório de Políticas Públicas da Uerj.
O movimento quer que este debate, que pode ser uma audiência pública, seja promovido antes do julgamento do mérito da ação movida pelo deputado estadual Flávio Bolsonaro, que tramita no Órgão Especial do TJ e pede a suspensão da lei de cotas nas universidades públicas do estado.
Durante o encontro, de cerca de uma hora e meia, o pesquisador Renato propôs ao desembargador Luiz Zveiter que a Escola de Magistratura do Rio (Emerj) adote a política de ações afirmativas. A instituição, vinculada ao TJ, oferece cursos para quem quer se preparar para concursos. O desembargador viu a proposta com bons olhos e ficou de encaminhá-la à escola.
"O número de juízes negros no país é muito pequeno. Se a Emerj adotasse essa política, isso ia surtir efeito no país inteiro. Acho importante investir na formação das pessoas", disse Renato Ferreira.
O advogado Humberto Adami considerou o encontro histórico. "Foi um encontro importante, no qual o presidente do TJ, o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos e as organizações da sociedade civil trocaram impressões sobre as ações afirmativas", disse. O ex-governador Marcelo Allencar disse ao desembargador Zveiter que é preciso ter atenção à questão das cotas.