Vara Cível de Nilópolis realiza conciliação em linguagem de libras
Uma cliente do banco Itaú que é deficiente auditiva receberá R$ 7 mil por dano moral em um acordo feito com a instituição bancária durante uma audiência de conciliação na 1ª Vara Cível de Nilópolis. O que fez toda a diferença para a autora foi que os dois advogados que participaram da audiência, pela autora e pelo réu, usaram a linguagem de libras.
O Itaú descontou da conta da idosa um seguro que ela não havia contratado e, devido à deficiência auditiva, teve dificuldade de ser atendida adequadamente para resolver o problema. Com a sua deficiência auditiva, foi orientada a ligar para uma central de atendimento telefônico para resolver a questão, precisando da ajuda da sua neta para tanto.
Por isso, a cliente ingressou com uma ação no Judiciário. No acordo, o banco também se comprometeu a devolver o valor do seguro que foi descontado indevidamente e entregou à correntista uma carta com um pedido de desculpas pelo ocorrido.
Segundo o advogado Silas Santana Canuto, que atuou na audiência pela autora, o marido e os três filhos da autora também são deficientes auditivos. “É muito importante o advogado saber a linguagem em libras, pois, muitas vezes, o cliente se sente constrangido de ter que falar tudo a um intérprete e não diretamente com seu advogado”, afirmou. Ele e sua esposa, também advogada, fizeram um curso de dois anos e meio para aprender a linguagem de libras por influência da irmã, que é intérprete e os convenceu da importância da linguagem em sua profissão.
Processo nº 0007588-18.2018.8.19.0036
SP/PC