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Doação de medula óssea: TJRJ realiza campanha nesta quinta no Fórum Central
Notícia publicada por Assessoria de Imprensa em 24/05/2018 13:12

Não eram nem 9h ainda e o funcionário terceirizado da equipe de Telecomunicações Carlos Alberto Ramos Cabral, de 43 anos, já estava na Lâmina III do Tribunal de Justiça do Rio para se cadastrar como doador de medula óssea. Primeiro a doar 5 ml de sangue para o cadastro na campanha que o TJRJ está realizando em parceria com o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), nesta quinta-feira, das 9h às 16h, Carlos entende que deve ajudar quem precisa. Ele, que não tem nenhum conhecido ou familiar que tenha necessitado de transplante de medula óssea,  afirmou que saber de casos de pessoas desconhecidas que precisam ajuda a humanizar a questão. “Faz a gente ver com outros olhos”, afirmou.

Para a diretora do Departamento de Ações Pró-Sustentabilidade (Deape), Rosiléa Di Masi Palheiro, doar um bem material, como roupa, sapato ou dinheiro, é fácil, difícil é doar vida, por meio de sangue ou medula óssea. “Deve haver a conscientização. Em algum momento, nós mesmos podemos precisar, ou nosso filho, neto ou outro parente. São doenças que não temos como prevenir”, disse, destacando que esta é a terceira vez que o TJRJ realiza campanha semelhante.

Em campanha anterior, uma servidora foi acionada pelo Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) e pôde doar medula a uma criança. “É a valorização da vida”, destacou Rosiléa.

Voluntário em campanhas para doação de medula óssea há 20 anos, o analista de sistemas Carlos Trajano, de 61 anos, diz que a conscientização é de grande importância para aumentar o número de cadastrados no Redome. “Esse é um tipo de doação em que as pessoas não ficam com menos”, disse, destacando que a maior parte dos pacientes que precisa de doação de medula é criança e que a medula se recompõe em 15 dias.

A chance de encontrar alguém compatível para doação de medula óssea é de uma em 100 mil. Atualmente, há cerca de 850 pacientes no cadastro brasileiro à espera do que pode salvar suas vidas. No Brasil, o cadastro conta com cerca de R$ 4,5 milhões de pessoas, sendo o terceiro maior banco de cadastrados do mundo.

Ao se cadastrar no Redome, caso seja compatível, você pode vir a ser contatado para doar medula para um paciente de qualquer local do país ou mesmo do exterior, já que os bancos nacional e internacional são interligados. “Daqui pode sair um doador até para outro país”, destacou Carlos.

Ele se lembrou de uma iniciativa realizada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, cerca de quatro atrás, em que, estimulados pelo caso de uma moradora do município que estava precisando de transplante de medula, cerca de quatro mil pessoas compareceram em um único fim de semana para se cadastrarem, média bem superior aos cerca de 200 por dia esperados em uma campanha. “Foi o recorde mundial de coleta em uma única campanha externa”, destacou. 

Mesmo com pavor de tirar sangue, como ela mesmo diz, a recepcionista do TJRJ Bianca Montovane, de 31 anos, foi a segunda a comparecer ao posto para tirar os 5 ml que a tornará candidata à doação de medula óssea. “Eu sempre quis fazer isso, mas tinha medo. É sempre bom ajudar as pessoas que precisam, vale a pena. Esse incômodo é insignificante perto da oportunidade de ajudar alguém”, destacou.

Doação de medula óssea em números

Do total de doadores de medula óssea no Brasil, a maior parte, 44,4%, é do Sudeste. O estado com maior número de cadastros da região é São Paulo, com 58,5%, seguido de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A maior parte dos receptores também se concentra no Sudeste, seguido do Nordeste e do Sul.

A maior parte dos doadores cadastrados são mulheres (56,5%). O número de cadastrados vêm aumentando com o passar dos anos. Em 2007, eram apenas 554.127, atingindo o patamar de 4.210.367 em 2016, chegando a 4.559,473 em 2018.

Em 2018, já foram realizados 95 transplantes de medula óssea entre pacientes e doadores por não parentes.

Mais uma oportunidade

Segundo Mônica da Cruz Falci, da Uerj, quem não pôde doar hoje terá outra oportunidade no próximo sábado, dia 26. Haverá um posto para cadastro de doares na Barra, na Praça Embaixador Gualberto de oliveira s/n, dentro do Condomínio Pontões da Barra.

Quem tiver interesse em atuar como voluntário, também pode se cadastrar e comparecer às iniciativas que puder, não sendo necessário comprometer-se com dias e horários fixos.

Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail medulaosseauerj@gmail.com ou pelo site do Redome (http://redome.inca.gov.br/).

SP / SF

 

 

 

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